Sobre o crescimento das igrejas pentecostais:
"Estas comunidades são um fenômeno mundial, em todos os continentes; sobretudo estão muito presentes, embora de modo diverso, na América Latina e na África. Diria que os seus elementos característicos são: pouco carácter institucional, poucas instituições, uma carga reduzida de instrução, uma mensagem fácil, simples, compreensível, aparentemente concreta e ainda, uma liturgia participativa com a expressão dos sentimentos pessoais, da própria cultura e também combinações sincretistas entre religiões. Se tudo isto, por um lado, garante sucesso, por outro implica pouca estabilidade. Sabemos também que muitos regressam à Igreja Católica ou transmigram duma comunidade para outra. Por isso, não devemos imitar estas comunidades, mas interrogarmo-nos sobre o que podemos nós fazer para dar nova vitalidade à fé católica. Eu diria que o primeiro ponto é, sem dúvida, torná-la uma mensagem simples, profunda, compreensível; é importante que o cristianismo não apareça como um sistema difícil, europeu, que mais ninguém possa compreender e realizar, mas como uma mensagem universal dizendo que Deus existe, que Deus tem a ver conosco, que Deus nos conhece e ama e que a religião concreta gera colaboração e fraternidade. Portanto, uma mensagem simples e concreta é muito importante. Depois é sempre muito importante que a instituição não seja demasiado pesada, mas que seja prevalecentemente – digamos – a iniciativa da comunidade e da pessoa. E diria também uma liturgia participativa, mas não sentimental: não deve estar baseada apenas na expressão dos sentimentos, mas caracterizar-se pela presença do mistério na qual entramos, pela qual nos deixamos formar."