A partir deste fim de semana,
ao celebrar o Primeiro Domingo do Advento, a Igreja Católica dos Estados
Unidos – assim como a da Grã-Bretanha, África do Sul, Austrália,
Canadá, Nova Zelândia, entre outros países anglófonos (que tem o inglês
como língua oficial) começarão a usar a nova tradução inglesa do Missal Romano,
a Terceira Edição Típica do Vaticano. A mudança ocorre depois de um longo processo
em que não faltaram tensões entre Roma e diversos teólogos e
liturgistas, sobretudo dos EUA. A maior crítica ao texto é que ele não
respeitaria a prosódia da língua inglesa, assim como teria a introdução de
palavras alheias à cultura anglófona, deixando o texto menos coloquial e mais
formal, de difícil entendimento ao cidadão comum.
A partir do ano de 1994 , a Congregação
para o Culto Divino começou a manifestar objeções às novas traduções em
línguas modernas dos textos litúrgicos, feitas segundo o princípio da
“equivalência dinâmica”, isto é, não literal, mas com expressões próximas às do
texto original latino. Em 1999, o Cardeal Medina Estevez, então Prefeito da
Congregação, excluiu a “equivalência dinâmica” como método aceitável. Em 2001,
frente a vários abusos litúrgicos, o Vaticano expede a Instrução Liturgiam
authenticam, segundo a qual as novas traduções deveriam seguir o princípio da
“equivalência formal”, isto é, cada palavra latina deveria ter um
correspondente na tradução da respectiva língua moderna, e a sintaxe, a
pontuação e o vocabulário da língua latina deveriam ser reproduzidos o mais fielmente
possível.
Depois de anos de trabalho, desde a metade
deste ano o novo texto aprovado tem sido experimentado junto às Comunidades
anglófonas; críticas por um lado e festejos por outro, o novo Missal agora será
implementado obrigatoriamente. O novo Missal tem como marca fundamental a
fidelidade ao Missal Romano oficial, o que é ótimo e salutar para a unidade e
para a sacralidade dos ritos, para não acontecer coisas esdrúxulas como a nossa
tradição portuguesa, onde o “et cum spiritu tuo” (e com teu espírito) virou um
improvável: “Ele está no meio de nós”!
Junto com as mudanças mais visíveis que
ocorreram na Terceira Edição do Missal Romano em inglês, vêm outras mais sutis
como a adição de 17 novos santos no calendário dos EUA e de comemorações como “Ao
Santíssimo Nome de Jesus” e ao “Nome de Maria”.
Estas Igrejas estão de parabéns e receberão
um rico livro que as ajudará a melhor rezar e se encontrar com Deus. Ficamos
aqui com uma “santa inveja”: Quando teremos a nossa nova tradução de um Missal
que já está promulgado desde 2002? Vamos completar aqui no Brasil 10 anos de
espera...
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