Iniciamos hoje o tempo do
Advento. “Advento” significa “vinda”, “chegada”. É o tempo de preparação para a
vinda do Senhor no Natal. O Senhor veio uma vez na História e virá outra, mas
até que Ele venha, preparamos nosso coração para a sua visita em cada dia e em
cada liturgia. Estejamos certos, irmãos, o Senhor vem para cada um de nós: vem
no encontro com o irmão, vem nas atividades que realizamos todos os dias, vem
no trabalho que realizamos na Igreja, vem na leitura e meditação da Palavra de
Deus e vem, sobretudo, em cada Eucaristia celebrada e comungada. O Advento é um
tempo de esperança e de escuta: tempo de esperança porque Deus virá e é o Único
que pode mudar minha vida e tempo de escuta, porque no deserto do mundo devemos
escutar a voz do Senhor.
Neste 1° Domingo do Advento, o próprio Jesus
aparece como Arauto da verdade, como aquele que nos traz uma reflexão essencial:
Que tipo de cristianismo vivemos? Para Jesus, “vida em Deus” é vigilância, vida
orientada para as coisas do Senhor. Nosso Senhor nos alerta dizendo que o tempo
deve ser bem aproveitado, porque sua vinda é imprevisível; por isso, não há
tempo a perder. Tudo o que pudermos fazer pela nossa conversão deve ser feito.
E o que devemos fazer? Segundo o modelo de Jesus, devemos: ter cuidado (e isto significa dedicação em tudo o que fizermos); ficar atentos (isto é, sem distrações
daquilo que é essencial); receber as
tarefas de Deus (quer dizer que nossas responsabilidades devem ser tratadas
como “missões” de Deus); procurar fazer
o bem (quer dizer, fugir do mal e correr para Deus); vigiar (isto se faz na oração e na adoração) e não se entregar ao sono (este “dormir” não é o estado biológico,
mas a situação de inércia, de paralisia de muitos cristãos diante da fé).
Este itinerário proposto por Jesus nos remete
muito ao tempo da Quaresma. E, porque não dizer, que o tempo do Advento se
assemelha a “uma pequena Quaresma”? Não estaremos obrigados ao uso das práticas
quaresmais como jejum e penitência, mas o Advento exige de nós uma tomada de
posição, uma atitude em relação à vivência do Evangelho. Como receberemos o
Senhor? Estamos nos preparando dignamente? Como esperar sua vinda? Façamos uso dos
próprios conselhos de Jesus, isto é:
1° Tenhamos cuidado. Façamos
tudo com dedicação e sejamos prudentes diante do que nos oferecem; o cuidado
aqui é duplo: cuidar do que é bom e ter cuidado para não cair em tentação;
2° Fiquemos atentos. Tudo o
que nos distrai das coisas de Deus, tudo o que nos tira das mãos de Deus e de
dentro da Igreja devem ser evitados. Vivemos hoje no mundo das distrações;
parece que tudo ao nosso redor tem que nos distrair, nos fazer rir ou aplaudir.
Até a Missa e os outros sacramentos ficaram reféns disso: se aquela missa não
for “animada”, se eu não cantar muito ou falar muito nela, então essa missa não
foi boa;
3° Recebamos as tarefas do
cotidiano como missões de Deus. Qualquer coisa que façamos, devemos ver como
instrumentos de melhoria do nosso ser, isto é, instrumentos de santificação;
não importa se varro a casa ou se faço uma leitura na Missa, as coisas
tornam-se “opus Dei”, obra de Deus, se as faço como mandato de Deus;
4° Procurar fazer o bem. Não
porque nos vêem, mas porque Deus nos vê; para o cristão não basta apenas fazer
o bem – porque muitos também o fazem- mas o cristão evita o mal e o combate em
sua vida;
5° Vigiemos. Devemos separar
momentos certos para a oração pessoal e para adorar a Jesus na Eucaristia.
Rezamos pouco, adoramos pouco e por isso há pouca mudança em nós e poucas
graças na nossa vida; o cristão é aquele que vive à espera do seu Senhor, mas
que vive já também na presença de seu Senhor;
6° Não nos entregarmos ao
sono. Quantos católicos parecem dormir... Não fazem nada por suas almas. Estão
estáticos em sua vida espiritual; nunca fizeram um retiro sequer em suas vidas,
não fazem cursos, não rezam o terço, não lêem a Bíblia... e a lista podia aumentar.
São católicos sonolentos, acostumados ao cochilo da alma; fogem daquilo que
lhes dá trabalho como o diabo da cruz...
Preparar-se para o Natal de Nosso Senhor Jesus
Cristo não é preocupar-se com mesa farta e muitos presentes, mas estar atento a
um coração convertido a Deus e não às criaturas. Significa ter um coração elevado,
que busca o que é santo e que é livre para amar e ser amado. “O que vos digo,
digo a todos: Vigiai”; este é o convite e o apelo que a Palavra de Deus nos faz
hoje. Você, está pronto para acolher tal convite? Se sim, a obra já começou e você
está no caminho certo; se não, abra seus ouvidos e sua alma, pois nos diz a
Palavra: “Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento”.
"Vigiai"
ResponderExcluirEstou pronta para acolher
o convite e o apelo da
Palavra de Deus!!!
Sandra