sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Hoje é Dia de São Martinho de Tours


  Martinho nasceu na Hungria, antiga Panônia, por volta do ano 316, e pertencia a uma família pagã. Seu pai era comandante do exército romano. Foi levado à Igreja ainda criança, sendo instruído na doutrina cristã, porém sem receber o batismo. Ao atingir a adolescência, para tê-lo mais à sua volta, seu pai o alistou na cavalaria do exército imperial. Mas se o intuito do pai era afastá-lo da Igreja, o resultado foi inverso, pois Martinho continuava praticando os ensinamentos cristãos, principalmente a caridade. Depois, foi destinado a prestar serviço na Gália, atual França.

  Foi nessa época que ocorreu o famoso episódio do manto. Um dia, um mendigo que tiritava de frio pediu-lhe esmola e, como não tinha, o cavaleiro cortou seu próprio manto com a espada, dando metade ao pedinte. Durante a noite, o próprio Jesus apareceu-lhe em sonho usando o pedaço de manto que dera ao mendigo e agradeceu a Martinho por tê-lo aquecido no frio. Dessa noite em diante, ele decidiu que deixaria as fileiras militares para dedicar-se à religião.
  Com vinte e dois anos, agora batizado, provavelmente pelo bispo de Amiens, afastado da vida da Corte e do exército, Martinho torna-se monge e discípulo do famoso bispo de Poitiers, santo Hilário, que o ordenou diácono. Mais tarde, quando voltou do exílio, em 360, doou a Martinho um terreno em Ligugé, a doze quilômetros de Poitiers. Lá, Martinho fundou uma comunidade de monges. Mas logo eram tantos jovens religiosos que buscavam sua orientação que Martinho construiu o primeiro mosteiro da França e da Europa ocidental. Com seus monges, ele visitava as aldeias pagãs, pregava o Evangelho, derrubava templos e ídolos e construía igrejas. Onde encontrava resistência, fundava um mosteiro. Com os monges evangelizando pelo exemplo da caridade cristã, logo todo o povo se convertia. Dizem os escritos que, nessa época, havia recebido dons místicos, operando muitos prodígios em beneficio dos pobres e doentes que tanto amparava.
  Quando ficou vaga a diocese de Tours, em 371, o povo aclamou-o, unanimemente, para ser o bispo. Martinho aceitou, apesar de resistir no início. Mas não abandonou sua peregrinação apostólica: visitava todas as paróquias, zelava pelo culto e não desistiu de converter pagãos e exercer exemplarmente a caridade. Nas proximidades da cidade, fundou outro mosteiro, chamado de Marmoutier. E sua influência não se limitou a Tours, tendo se expandido por toda a França, tornando-o querido e amado por todo o povo. Martinho exerceu o episcopado por vinte e cinco anos. Morreu, aos oitenta e um anos, na cidade de Candes, no dia 8 de novembro de 397, dizendo: “Senhor, se o vosso povo precisa de mim, não vou fugir do trabalho. Seja feita a vossa vontade”. Sua festa é comemorada no dia 11, data em que foi sepultado na cidade de Tours. Venerado como são Martinho de Tours, ele se tornou o primeiro santo não-mártir a receber culto oficial da Igreja e também um dos santos mais populares da Europa medieval.

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