quinta-feira, 28 de abril de 2011

Homilia do Domingo de Páscoa


  Celebramos hoje o dia máximo de nossa fé: o dia da Ressurreição de Cristo! O Domingo de Páscoa não é apenas um dia para ser celebrado com fervor e solenidade, mas verdadeiro itinerário, um caminho espiritual a ser contemplado e vivido.
  O que a Ressurreição do Cristo fez em nós? Que frutos o Senhor nos deixou por sua Páscoa?

Homilia da Vigília Pascal


  A liturgia desta Vigília pascal iniciou-se com o rito sugestivo da bênção do fogo novo e do acender nele o Círio pascal. Naquele momento, todos nós aguardávamos na escuridão e profundo silêncio. Significava a morte de Cristo, mas também, a morte em que todos nós podemos viver, isto é, permanecer no pecado. A chama do grande círio pascal, símbolo do Cristo ressuscitado, abriu-nos um caminho de luz. A partir daquela chama, muitas outras se propagaram e, à medida que íamos acendendo as nossas velas, toda a Igreja se iluminou e pudemos escutar o canto alegre da Ressurreição.Toda esta liturgia inicial, nos lembra que pouco a pouco o Cristo faz sua obra; Ele ilumina tudo, muda tudo, completa tudo. Diante de sua luz, dissipa-se toda treva, todo engano, toda mentira, todo luto. Onde Deus passa, e o homem com os olhos da fé vê, tudo se transforma! Para o Senhor, não há realidade que não possa ser mudada.

Homilia da Sexta-feira Santa

 
 
  Ó fronte bela e radiosa, ó face de ternura e amor; quantas vezes não sorriu para as crianças, quantas vezes não se compadeceu do pecador, quantas vezes não demonstrou sua misericórdia e o seu perdão...
  Ei -la hoje, ensangüentada, tão  desfigurada que não parece mais  ser um homem, é o que nos diz Isaías. Coberto de dores, cheio de sofrimentos. “Vere  languores nostros Ipse Tulit, et dolores nostros ipse portavit” -  em verdade, Ele tomou  as nossas fraquezas, e  carregou sobre si as nossas dores.”
  Tão gloriosa era outrora a face do Senhor! Agora, abatida, cheia de afrontas, de escárnios - Servo sofredor! Atentemos: se sua face desfigurava, irmãos, a nossa se configurava; Ele se desfigurou para que nossa face voltasse a brilhar. Nosso rosto desfigurado, antes pelos pecados, agora é novamente semelhança de Deus!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sermão do Encontro

 
  Olhemos para o Senhor dos Passos. Aquele que veio fazer a vontade do Pai, abraça a sua Cruz sem medo, sem dúvidas. Humilhado, machucado de maneira horrível, exausto pela noite sem sono, Nosso Senhor se encontra ferido no corpo e na alma: as chagas do corpo não doem tanto como as da alma; ser açoitado pelos homens é menos pior do que ser desprezado por eles.
  Olhemos para a Mãe. Ó quanta dor, Santa Virgem Maria! Aquela que trouxe em seu seio, o bendito fruto de suas entranhas, agora o vê padecer. O medo, o pavor e a dor invadem violentamente a alma pura de Maria. Não temas, Maria, a separação do teu Filho. Ela será breve, porque para os que se amam, as distâncias sempre são estreitadas.

Homilia da Missa da Ceia do Senhor

“Cujus forti potentiae, genu
curvantur omnia”
(“Diante de teu forte poder, todo
joelho se dobra”)
  Que grande poder é este? Quais joelhos se dobram? O grande poder do Senhor Jesus se dá, nesta noite especial, em três dons, três tesouros: A Eucaristia, o Sacerdócio ministerial e o Mandamento do Amor. Diante destes mistérios é que nos curvamos; nossos joelhos se dobrem tal revelação de  Cristo.

Sermão das Dores de Maria Santíssima

Primeira Dor: Profecia de Simeão
  Alegrar-se quando tudo vai bem; estar disposto quando não há nada o que temer; manter a paz quando só há notícias boas, isto parece ser muito fácil, cômodo, prazeroso. Manter a fé, no entanto, na iminência de uma tragédia, manter a esperança diante de um anúncio mau ou manter o amor a Deus, mesmo sabendo que Ele permite o mal, isto sim, não é nada fácil!

Sermão das Cinco Chagas de Cristo

  Jesus vai para o Calvário. Neste caminho, ostenta não roupas vistosas ou signos de realeza e de vitória, mas é um Rei coroado de espinhos, coberto pelo próprio sangue e de escarros, sem nenhum traço de beleza ou de majestade, mas muito ferido, com Chagas abertas e dolorosíssimas, portando não um cetro de glória, mas uma cruz de ignomínia. Assim o Senhor, o amantíssimo Jesus, Manso Cordeiro de Deus, traído e abandonado pelos seus avança rumo ao Gólgota.

domingo, 17 de abril de 2011

Homilia - Bênção dos ramos

  Iniciamos com toda a Igreja a Semana Maior, ou mais conhecida como a “Semana Santa”. Nestes dias, meditamos sobre o valor do sofrimento, a entrega a Deus, o silêncio humano diante da tragédia e da dor; refletimos sobre o nosso querer, sobre o nosso agir, sobre fidelidade e traição, alegria e agonia, vitória e derrota, amor e ódio. Tudo isso está nas páginas dos Evangelhos e ganham forma e força na vida de Jesus; por sua vida, penetramos na nossa vida, por sua morte tomamos consciência do porquê de nossas existências.
  A Celebração de Ramos que ora iniciamos tem este duplo sabor: de um lado o senhorio de Cristo e sua realeza, de outro a humildade do mesmo Cristo e sua simplicidade.

Homilia - Domingo de Ramos

  A Paixão segundo São Mateus se inicia com uma pergunta curiosa de Judas: “O que me dareis se vos entregar Jesus?” A combinação com os sumos sacerdotes é de trinta moedas de prata. Ao nos debruçar sobre esta passagem, como não ver nela a pergunta que tantos de nós não fazemos diante das tentações: o que vou ganhar com isso? As propostas do Maligno são altas e, apesar de já sabermos que são todas falsas e de sabor rápido, ainda assim nos lançamos para tomar nossas 30 moedas.