Acontece hoje, desde a manhã até à tarde (horário local de Roma), em Assis, na Itália, a "Jornada de reflexão, diálogo e oração para a paz e justiça no mundo". O chamado "Encontro de Assis" se repete pela terceira vez, sendo os dois anteriores convocados por João Paulo II em seu pontificado. Para recordar o primeiro Encontro, há 25 anos, o Papa Bento XVI quis reunir de novo na "cidade da paz", os homens de paz, sob o lema "peregrinos da verdade, peregrinos da paz", "convidando os irmãos cristãos das diferentes confissões, os expoentes das tradições religiosas do mundo e, idealmente, todos os homens de boa vontade, a unir-se neste caminho com o objetivo de recordar aquele gesto histórico desejado pelo meu Predecessor e de renovar solenemente o empenho dos crentes de cada religião a viver a própria fé religiosa como serviço para a causa da paz. Quem está a caminho rumo a Deus não pode deixar de transmitir paz; quem constrói a paz não pode deixar de se aproximar de Deus" (Angelus 1° de Janeiro de 2011).
Só para recordar: na época dos Encontros anteriores as igrejas católicas de Assis foram cedidas para cultos não-católicos, inclusive para ritos não cristãos que beiravam o paganismo. Não é difícil pensar que as imagens e as notícias não foram muito bem deglutidas por muitos católicos... Imaginem nossos presbitérios e altares sendo utilizados por budistas e hinduístas? Buda no lugar de Cristo e mantras e incenso oriental no lugar dos ritos católicos... Por mais mais que fosse muito boa a intenção de oração conjunta pela paz, com certeza o Santo Padre o Papa João Paulo II não poderia prever a "quase profanação" dos lugares sagrados.
Os Encontros de Assis foram duramente combatidos, principalmente pelos católicos mais tradicionais e pelos lefebristas da FSPX (Fraternidade São Pio X); infelizmente, esses irmãos não estavam de todo errados. Bastava ver o que aconteceu naquelas ocasiões, para se ter horror a um possível novo encontro. No entanto, ele foi convocado e sua organização bem diversa das outras.
O que nos causa muito desagrado, mais do que o medo de "futuras profanações", é a desconfiança da ação de nosso atual Papa e, mesmo, duríssimas críticas e até ataques à figura do Santo Padre por muitos que se dizem católicos e até "católicos tradicionais"; o Papa Bento sabe muito bem dos erros que aconteceram nos Encontros anteriores de Assis; reformulou o programa; retirou momentos de orações por credo das igrejas; reduziu a estadia em Assis por apenas um dia. Todas essas ações e o próprio discurso de Bento XVI que, segundo ele mesmo já disse, não se afastará daquele que já fez na "Dominus Iesus" (Documento da Congregação para Doutrina da Fé que prioriza a fé em Jesus Cristo como único Salvador e apresenta a fé cristã católica como tesouro completo da Revelação, indo contra qualquer "pluralismo religioso").
Negar que todo homem deve rezar e implorar pela paz, não o podemos! Negar que todo homem ligado a uma religião tem mais ainda o dever de pedir esse dom, também não podemos! Então o que o Papa quer é estender a mão aos "homens de boa vontade", àqueles que querem e podem fazer algo pela paz. O Papa deseja retirar o "ranço", o preconceito que muitos têm acerca das religiões como instituições de guerra, de luta e de divisão. Agora, quem pensa que Bento XVI deseja dizer com Assis III que "todas as religiões são boas", "que todos os caminhos levam a Deus", "que servimos ao mesmo Deus com outro nome", está completamente enganado! A verdade não pode ser relativa; ou ela é verdade ou não é. Este é o pensamento da Igreja e este é o pensamento de Bento XVI. Confiemos no Papa, esperemos de Deus a resposta do "Encontro de Assis".
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