sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Hoje é Dia de São Judas Tadeu e São Simão, Apóstolos do Senhor


  Judas, para não ser confundido com Judas Iscariotes, "apóstolo da perdição", o traidor de Jesus, foi chamado de diversos nomes: “Judas de Tiago”, porque era irmão de Tiago Menor; “Judas Tadeu”, vindo de “thadaeus” (aprisionador de príncipe) ou “thadea” (roupa de rei), pois “de fato ele foi vestimenta real pelas virtudes com que Deus o ornou e que lhe permitiram capturar o Príncipe Cristo” (Legenda Áurea); “Judas Lebeu”, que vem de “leb” e que significa “coração”, pois Judas foi em sua vida “cultivador de corações para Cristo” e, por isso, magnânimo para com todos. O nome Judas também vem de “Judá” e significa “festejado”, “jubilado”, “glorioso”.

  Era natural de Caná da Galiléia, na Palestina, filho de Alfeu, também chamado Cléofas, e de Maria Cléofas, ambos parentes de Jesus. O pai era irmão de São José; a mãe, prima-irmã de Maria Santíssima. Portanto Judas era primo-irmão de Jesus e irmão de Tiago, chamado o Menor, também discípulo de Jesus.
  Os escritos cristãos dessa época revelam mesmo esse parentesco; outra tradição nos diz que Judas Tadeu seria o noivo do episódio das Bodas de Caná, por isso Jesus, Maria e os apóstolos estariam lá. Na Bíblia, ele é citado pouco, mas de maneira importante. Mas pela Bíblia não se pode confirmar esta tradição sobre o milagre de Caná.
  No Evangelho de Mateus, vemos que Judas Tadeu foi escolhido por Jesus. Enquanto no Evangelho de João ele é narrado mais claramente. Na ceia, Judas Tadeu perguntou a Jesus: "Mestre, por que razão deves manifestar-te a nós e não ao mundo?" Jesus respondeu-lhe que a verdadeira manifestação de Deus está reservada para aqueles que o amam e guardam a sua Palavra.
  Também faz parte do Novo Testamento a pequena Carta de São Judas, a qual traz os fundamentos para perseverar no amor de Jesus e adverte contra os falsos mestres. Após ter recebido o dom do Espírito Santo, Judas Tadeu iniciou sua pregação na Galiléia. Realizou inúmeros milagres em sua caminhada pelo Evangelho. Depois, foi para a Samaria e, próximo do ano 50, tomou parte no primeiro Concílio, em Jerusalém. Em seguida, continuou a evangelizar na Mesopotâmia, Síria, Armênia e Pérsia, onde encontrou Simão, e passaram a viajar juntos.
  A tradição conta que São Judas Tadeu percorreu as doze províncias do Império Persa, nas quais pregou a Boa Nova do Evangelho e converteu muitos pagãos. Ao certo, o que sabemos é que o apóstolo Judas Tadeu tornou-se um mártir da fé, isto é, morreu por amor a Jesus Cristo. A sua pregação e o seu testemunho eram tão intensos que os pagãos se convertiam. Os sacerdotes pagãos, furiosos, mandaram assassinar o apóstolo, a golpes de bastões, lanças e machados. Tudo teria acontecido no dia 28 de outubro de 70.
  Seus restos mortais, guardados primeiro no Oriente Médio e depois na França, agora são venerados em Roma, na Basílica de São Pedro. Considerado pelos cristãos o santo intercessor das causas impossíveis, foi a partir da devoção de santa Gertrudes que essa fama ganhou força no mundo católico. Ela, em sua biografia, relatou que Jesus lhe aconselhou invocar São Judas Tadeu até nos "casos mais desesperados". Depois disso, aumentou o número de devotos do seu poder de resolver as causas que parecem sem solução. Conta a tradição que não se encontra um devoto que tenha pedido sua ajuda e não tenha sido atendido. A festa de São Judas Tadeu é celebrada no dia 28 de outubro, tanto na Igreja ocidental como na oriental. No Brasil, é um evento que altera toda a rotina do país, pois são multidões de católicos que querem agradecer e celebrar o querido santo padroeiro nas igrejas.
  Simão também chamado “zelota”, que vem de “zelo” ou “cananeu”. “Simão significa “obediente” ou “triste”; de fato, ele praticava a obediência, cumprindo os preceitos, a tristeza, compadecendo-se dos aflitos, trabalhando com constância e fervor pela salvação das almas” (Legenda Áurea).
  Simão é, talvez, o mais desconhecido dos Apóstolos. Aliás, mesmo na Bíblia, recebeu apelidos para ser diferenciado de Simão Pedro. Ele é chamado de Simão, "o cananeu", pelos apóstolos Mateus e Marcos. Alguns estudiosos cristãos entendem que este "cananeu" pode ser uma referência a Canaã, a terra de Israel. Mas quando Lucas, no seu Evangelho, o chama de "o zelote", parece querer indicar que Simão pertencera ao partido judeu radical que tinha o mesmo nome. Os radicais zelotes pregavam a luta armada contra os dominadores.
  Sabe-se que Simão, como todos os outros apóstolos dos primeiros tempos do cristianismo, depois de Pentecostes, percorreu caminhos pregando o Evangelho sem nada levar consigo. Operou muitos milagres, curou enfermos, leprosos e expulsou espíritos maus.
  Outros relatos falam da pregação de Simão também no Egito, Líbia e Mauritânia. Segundo Eusébio, idôneo e célebre historiador, Simão teria sido o sucessor de Tiago na cátedra de Jerusalém, nos anos da trágica destruição da cidade santa.
  Uma antiga tradição diz que Simão encontrou-se com o apóstolo Judas Tadeu na Pérsia e, desde então, viajaram juntos. Percorreram as doze províncias do Império Persa, deixando o conhecimento histórico e religioso como foi encontrado num antigo livro da época chamado "Atos de Simão e Judas", de autor desconhecido. Nele consta que, no dia 28 de outubro do ano 70, houve o assassinato dos apóstolos pelos soberanos daquele lugar, preocupados com a eloquência das pregações que convertiam multidões inteiras.  

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