segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Oração do Angelus: Diz o Papa "Pensar segundo o mundo é deixar Deus à parte"


  No Evangelho de hoje (ontem), Jesus diz a seus discípulos que terá de "ir a Jerusalém, sofrer muito da parte dos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, ser morto e, no terceiro dia, ressuscitar (Mt 16,21). Tudo parece se transtornar no coração dos discípulos! Como é possível que "o Cristo, o Filho do Deus vivo", possa sofrer até a morte? O apóstolo Pedro se rebela, não aceita este caminho, toma a palavra e diz ao mestre: “Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isto nunca te aconteça!”. Fica evidente a divergência entre o desígnio do amor do Pai, que chega até a doação do Filho Unigênito na cruz para salvar a humanidade, e as expectativas, desejos e projetos dos discípulos.

  Esse contraste se repete também hoje: quando a realização da própria vida está voltada exclusivamente para o êxito social, o bem-estar físico e econômico, já não se pensa segundo a vontade de Deus, mas segundo os homens (v.23). Pensar segundo o mundo é deixar Deus à parte, não aceitar seu desígnio de amor, é quase impedi-lo de cumprir sua sábia vontade. Por isso Jesus diz a Pedro uma palavra particularmente dura: “Afasta-te, Satanás. És para mim um escândalo” (ibid). O Senhor ensina que "o caminho dos discípulos é segui-Lo, o Crucificado.Mas nos três Evangelhos, este segui-lo no sinal da cruz... como o caminho do "perder-se", que é necessário para o homem e sem o qual é impossível encontrar a si mesmo" (Jesus de Nazaré).
  Como aos discípulos, também a nós Jesus dirige o convite: “Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mt 16, 24). O cristão segue o Senhor quando aceita com amor a própria cruz, embora aos olhos do mundo isso aparece como um fracasso e uma "perda da vida" (cf. ibid), sabendo que não a leva sozinho, mas com Jesus, partilhando seu mesmo caminho de doação.Escreve o Servo de Deus Paulo VI: "Misteriosamente, o próprio Cristo, para erradicar do coração do homem o pecado da presunção e manifestar ao Pai uma obediência íntegra e filial, aceita... morrer na cruz" (Ex. Ap. Gaudete in Domino (9 mayo 1975), AAS 67, [1975], 300-301).
  Aceitando voluntariamente a morte, Jesus leva a cruz de todos os homens e se converte em fonte de salvação para toda a humanidade. São Cirilo de Jerusalém diz: "A cruz vitoriosa iluminou quem estava cego pela ignorância, libertou quem era prisioneiro do pecado, trouxe a redenção para toda a humanidade" (Catechesis Illuminandorum XIII, 1: Christo et crucifixo et sepulto: PG 33, 772 B).
  Confiamos nossa oração à Virgem Maria e a Santo Agostinho, de quem hoje se celebra a memória litúrgica, para que cada um de nós saiba seguir o Senhor no caminho da cruz e se deixe transformar pela graça divina, renovando o modo de pensar para poder “distinguir qual a vontade de Deus: o que é bom, o agradável, o perfeito” (Rm 12, 2).

Fonte: Zenit

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