As dioceses de Petrópolis e Duque de Caxias estão se despedindo de seus Bispos, os Administradores Apostólicos Dom Filippo Santoro (Petrópolis) e Dom José Francisco (Duque de Caxias); um para a Itália e outro para Niterói. Ambos foram, no dizer canônico, promovidos ao arcebispado. Duas grandes Arquidioceses e com inúmeros desafios. Alguns já fazem conjecturas sobre o futuro de tais Prelados, baseando-se em seus currículos, em suas capacidades e em sua idade (Dom Filippo, 63 e Dom José Francisco, 55) e dizem que receberão no futuro novos encargos. O ex Bispo de Petrópolis, por exemplo, estando mais perto de Roma, teria uma visibilidade maior, chegando talvez ao cardinalato. O certo é que esses novos Arcebispos trabalharão bastante em suas novas Sedes Episcopais, assim como faziam em suas antigas e estarão centrados apenas no presente. O que se pode perguntar e, com mais intensidade, é sobre a futura direção das Dioceses vacantes. Quais serão os novos Bispos? Serão padres elevados ao episcopado? Serão Bispos remanejados? Qual a influência dos antecessores na eleição dos sucessores?
As pesquisas e as indicações, normais num tempo de vacância, certamente já se iniciaram. Alguns dizem que Petrópolis já está à frente; primeiro pela questão de ordem, já que a nomeação de Dom Filippo saiu primeiro (ainda que apenas 9 dias antes da nomeação do novo Arcebispo de Niterói) e segundo pela questão da UCP (Universidade Católica de Petrópolis) que foi reorganizada pelo Bispo de Petrópolis e que inspiraria cuidados e atenção especial. Sobre Duque de Caxias, ainda nada se ventila.
Petrópolis possui uma vocação à cultura e ao saber acadêmico e, por isso, pensam num perfil de um Bispo que se comprometa com ambas, não deixando de lado os aspectos também importantes de uma pastoral popular. Deve-se lembrar que Dom Vaz (anterior a Dom Filippo) e o próprio Dom Filippo trabalharam na área acadêmica e que, talvez, queira-se dar continuidade a esta linha.
Duque de Caxias passou por grandes transformações. Foi conduzida por Dom Mauro Morelli, teólogo da libertação que criticava a própria Igreja apresentando-a como duas Igrejas antagônicas, a "Igreja européia" e a "Igreja latino-americana". Uma vez Dom Mauro escreveu: "Que a Igreja Européia desça do trono de sua sabedoria e de suas certezas (...)". Dom Mauro ficou bastante conhecido pela campanha contra a fome e desnutrição e por ser o primeiro Bispo católico a desfilar na Sapucaí; em sua gestão as idéias da "teologia da libertação" foram utilizadas com vigor por mais de 20 anos.
Dom José Francisco, 2° Bispo da Diocese, teve bastante trabalho para liderar uma Igreja muito ligada ao social, levando-a ao equilíbrio. Agora, após ter um Bispo que falava da prioridade de Deus e que tinha um discuso equilibrado no campo social, qual será o perfil do novo Bispo de Duque de Caxias? Certamente um Bispo que colherá o trabalho de Dom José Francisco e que avançará por esta mesma trilha de uma Igreja equilibrada.
Como Petropolitano, sinto uma imensa falta de D. José Ubiratan Lopes, atualmente Bispo de Itaguaí.
ResponderExcluirD. José fez um grande trabalho social e como "prêmio" foi promovido de padre a Bispo em Itaguaí.
Nada contra Itaguaí, mas que o Santo Padre em Roma, recoloque o nosso Frei Ubirantan, de onde jamais devia ter saído.