O culto de Santa Ana e de São Joaquim é antiquíssimo, sobretudo entre os Orientais, como o revelam São Gregório Niceno e Santo Epifânio, os hinos gregos e as homilias dos Santos Padres, que louvam extraordinariamente a bem-aventurada mãe da Virgem Maria. Justiniano mandou construir em Constantinopla uma igreja em honra de Santa Ana – isto em 550. Em 636, ano da tomada de Jerusalém pelos muçulmanos, existia já, em honra da mãe de Maria Santíssima, uma basílica, hoje esplendidamente restaurada, junto da piscina probática, basílica em cuja área a tradição estabelece o lugar do nascimento da Mãe de Deus. Consta de três naves esplêndidas, que terminam em ábside. No altar-mor há uma estátua preciosa de Santa Ana ensinando a Sagrada Escritura à Filha, recordação que inspirou muitos artistas, por exemplo, o grande pintor espanhol Murillo.
No Ocidente, o culto de Sant’Ana não é anterior ao século VIII. A festa litúrgica da Mãe de Nossa Senhora começa a aparecer, por aqui e por acolá, em pleno decurso da Idade Média. Entra definitivamente no Missal Romano em 1584, no tempo de Gregório XIII. O nome de Ana é em hebraico Hannah ou Joana, e exprime graça. Joaquim equivale a “o Senhor prepara ou fortalece”. Ambos os nomes indicam, portanto, a sua missão divina: preparar em Israel a realização das promessas messiânicas, sendo eles os imediatos progenitores da Mãe do Salvador.Pouco nos consta da vida externa destes dois santos esposos. Basta-nos saber que foram pai e mãe da «cheia de graça, a bendita acima de todas as mulheres e a mãe de Jesus». Sabemos que no seio de Ana germinou a plenitude da graça; que nas suas entranhas se realizou o mistério da Imaculada Conceição. Os dois anciãos tinham por muito tempo suplicado ao Senhor uma bênção; e afinal veio a ser-lhes concedida em abundância. Todos os anelos, todos os suspiros apaixonados dos antigos patriarcas se tinham condensado neles, e neles se condensou também a realização de todas as promessas de Deus, ao fazê-los pai e mãe de Maria. Eles foram a haste donde brotou a flor que havia de produzir o fruto bendito, que é Jesus, o Salvador. É isto o que sabemos de Sant’Ana e São Joaquim. Basta e sobra para a nossa devoção e o nosso reconhecimento. Grandes tiveram de ser aqueles corações e muito santos, para Deus os escolher como pais da Virgem Imaculada, Mãe de Deus e avós de Jesus.
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