quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Hoje é Dia de São Benedito


  São Benedito nasceu na Itália, na ilha da Sicília, em 1526. Era filho de escravos em uma propriedade próxima de Messina, mas foi libertado ainda muito jovem por seu senhor. Desde criança, aos dez anos, manifestou uma pronunciada inclinação para a penitência, a oração e a solidão.

  Durante sua tarefa de tanger rebanhos, entregava-se à oração e à contemplação, e diante dos maus tratos e humilhações que recebia das pessoas ao redor, duplicava sua intercessão pelos pecadores e sua vontade de servir à paz. Já no tempo da juventude, por volta dos 18 anos de idade, com o fruto de seu trabalho e dedicação, sustentava a si mesmo e ajudava sua família e aos pobres.
  Três anos depois, quando insultado publicamente por causa de sua cor, manteve atitude digna e paciente, sem revoltas ou revides. Esta atitude não passou despercebida diante do superior de um grupo de eremitas franciscanos que estava na cidade que o convidou a fazer parte da comunidade. Benedito aceitou o convite e, com o tempo, passou a ser o seu novo líder.
  Por volta de 1564, o grupo se dispersou e Benedito foi aceito como irmão leigo pelos frades franciscanos de Palermo, começando por trabalhar na cozinha. Em 1578, eles precisaram de um novo guardião (título dado ao superior da casa), e Benedito foi o escolhido, apesar de ser leigo e analfabeto. Ele só aceitou o cargo depois de compreensível relutância, mas administrou o convento com grande sucesso, tendo adotado uma interpretação bem mais rigorosa das regras franciscanas.
  A sua conduta no cargo justificou plenamente a escolha dos superiores: foi respeitoso para com os padres, caridoso para com os irmãos leigos, condescendente para com os noviços, e foi por todos respeitado, sem que ninguém tentasse abusar de sua humildade.
  Sua confiança na Providência foi sem limites: recomendava ao porteiro jamais recusar esmolas aos pobres que se apresentassem. Dava a seus religiosos o exemplo de todas as virtudes. Era sempre o primeiro no coro e nos exercícios da comunidade; o primeiro na visita aos doentes e no trabalho manual.
  Na direção do noviciado demonstrou uma grande doçura e consumada prudência: os noviços tiveram nele um guia seguro, um pai cheio de ternura e um excelente mestre da Escritura, cujas leituras do Ofício lhes explicava com surpreendente facilidade. Mesmo sem saber ler nem escrever, tinha, manifestamente, o dom da ciência infusa, acontecendo-lhe de dar respostas luminosas a mestres em Teologia que o vinham consultar. A este dom unia também o da penetração dos espíritos e dos corações.
  Sua vida tornou-se um exercício contínuo de todas as virtudes, e Deus lhe concedeu o dom de operar milagres. Terminado o tempo de seu cargo, voltou novamente ao ofício de cozinheiro, felicíssimo por reencontrar a vida obscura e oculta, objeto de todos os seus desejos.
  Em 1589 caiu gravemente doente, e Deus lhe revelou que seu fim estava próximo. Na recepção dos últimos sacramentos experimentou como que um antegozo das alegrias celestes. Morreu docemente no dia 4 de abril. Foi canonizado em 1807, e normalmente em suas imagens traz o menino Jesus nos braços, que lhe foi colocado por Maria Santíssima, pela sua grande devoção, e pela suave doçura com a qual Jesus preencheu o seu coração.
  São Benedito foi chamado de "O Santo Mouro", ou “O Negro”, por causa de sua cor negra. Certamente é uma dos santos mais populares no Brasil, cuja devoção nos foi trazida pelos portugueses, e são inúmeras as paróquias e capelas que o escolheram como padroeiro, inspiradas em seu modelo admirável de caridade e humildade.

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