"De Maria nunquam satis" (Sobre Maria jamais se dirá o bastante)

  Neste mês de Maio e, aproximando-se o “dia das mães”, nos voltamos de maneira particular para a figura de Maria, Mãe de Deus. Por que o mês de Maio é o mês de Maria? Este mês foi escolhido primeiramente por uma igreja italiana, chamada Santa Maria della Visitazione di Ferrara, devido à abundância de flores na região (Primavera na Europa) e a partir do século XIII, espalhou-se o costume pio para toda a Igreja Católica. Apesar da acusação protestante de que os católicos “adoram” a Maria e que retiram do Filho a glória que é dada à Mãe, nós dizemos mais uma vez porque veneramos a Mãe de Deus e porque somos devotos de Nossa Senhora.

  O culto mariano funda-se sobre a admirável decisão divina de ligar, para sempre, a identidade humana do Filho de Deus a uma mulher, Maria de Nazaré. O mistério da Maternidade divina e da cooperação de Maria na obra redentora suscita nos crentes de todos os tempos uma atitude de louvor e de agradecimento, quer para com o Salvador quer para com Aquela que O gerou no tempo, cooperando assim na Redenção; cada dogma mariano, isto é, cada verdade de fé dita sobre Maria, não é outra coisa que explicitar melhor esta obra da Redenção e o como Deus age nas criaturas que se abrem a Ele.

  A veneração mariana expressou-se inicialmente na invocação de Maria como "Theotókos (Mãe de Deus), título que teve confirmação autorizada, depois da crise nestoriana, pelo Concílio de Éfeso que se realizou no ano 431. Todavia, “foi, sobretudo a partir do Concílio de Éfeso que o culto do Povo de Deus para com Maria cresceu admiravelmente, na veneração e no amor, na invocação e na imitação...” (LG, 66). É importante dizer: o culto a Maria cresceu, não foi iniciado no século V, mas já era manifestado por todos os cristãos dos tempos primordiais da Igreja. Louvar Nossa Senhora, era reconhecer o Instrumento bendito pelo qual nos veio a salvação e a vida.

  Entre o culto mariano e o prestado a Deus há, porém, uma continuidade e uma diferença: a honra devida a Maria está ordenada para o reconhecimento do senhorio de Cristo e conduz à adoração da Santíssima Trindade; por isso veneramos Maria de maneira especial (hiperdulia), mas adoramos somente Àquele que é o nosso Deus (latria). O Concílio Vaticano II recorda que a veneração dos cristãos à Virgem, "favorece poderosamente" o culto prestado ao Verbo encarnado, ao Pai e ao Espírito Santo.

  “Maria é cheia de graça, proclamada como sendo completamente sem pecado... a glória de Deus supriu-a de todas as coisas boas e a fez isenta de todo o mal... Deus é com ela, significando que tudo o que ela fez ou deixou inacabado é divino e ação de Deus nela. Além disso, Deus a guardou e a protegeu de tudo o que pudesse ser prejudicial a ela”... Adivinhem de quem é esta citação... Martinho Lutero, fundador do Protestantismo! Em seu Comentário sobre o Magníficat, Lutero também escreveu: “Os homens ajuntaram toda a glória de Maria em uma única expressão: ‘A Mãe de Deus. Ninguém pode dizer algo maior sobre ela’. Ela é corretamente chamada não apenas mãe de um Homem, mas também a Mãe de Deus... É evidente que Maria é a Mãe do real e verdadeiro Deus”... Infelizmente, só os chamados “protestantes tradicionais” seguem os ensinamentos de Lutero e se aproximam do culto à Virgem Santíssima... As igrejas protestantes pentecostais denigrem a figura santa de Nossa Senhora; louvam o Filho e falam mal da Mãe! Será que Jesus fica contente com isto?

  Que todos nós católicos tenhamos orgulho de ter Maria por Mãe espiritual! Que neste mês dedicado a Nossa Senhora, elevemos muitos louvores, orações e cânticos à Mãe de Deus!