“Que honra é para mim chamar de minha mãe a mãe do meu Deus, do meu Salvador.
Ensina-me, ó mãe, a caminhar na luz, seguir os passos de Jesus.
Aquele que tudo criou, te escolheu,
você não vacilou.
Trouxe ao mundo o autor da vida, de ti nasceu Jesus.
Ensina-me a dizer o sim e aceitar os planos do Senhor.
Ó mãe querida, és para mim exemplo de amor”
A partir do SIM de Maria, cumpre-se o plano de Deus para a salvação da humanidade.
Àquela que viveu em um ambiente totalmente hostil, traumatizante, onde se apedrejavam mulheres que violassem as regras daquela sociedade, teria toda e total razão para não aceitar a proposta de Deus para sua vida: a responsabilidade de gerar e educar o Messias prometido e tanto aguardado.
Maria não recebeu, anexo ao pedido de Deus, um manual, um guia de como criar seu bebê. Até hoje, em mundo globalizado e extremamente moderno, as crianças não vem com manuais... Não há uma fórmula comum a todos para alcançar o sucesso na formação dos filhos.
Cada ser humano é único e irrepetível! Isso deveria bastar para acalmar nossos corações, sermos mais confiantes e ajudar aos nossos filhos a acreditar nesta verdade. No entanto, a permissão que damos para que o sistema interfira em nossas vidas é simplesmente avassalador.
O sistema quer, a todo custo, mostrar que somos apenas mais um na multidão, que nossa vida nem é tão importante assim. Só servimos para consumir freneticamente, sem questionar... Tudo é ou pode ser descartado: o copinho de café, a latinha de refrigerante, um “embrião” ou “feto” indesejado... E o pior é que nos matamos para satisfazer este sentimento de pertença a um mundo tão mesquinho, que julga e determina que a vida de uns tem muito mais valor que a de outros.
Repetimos comportamentos sem sequer refletir... “Esse menino é terrível!”, “é uma bênção”, não para quieto”, “é muito bagunceiro” “é irritante”, “não sei mais o que fazer”...
Como não saber mais o que fazer? Como “enjoamos” da “brincadeira”, da função de sermos pais? Infelizmente muitos estão desistindo de seus filhos... Precisamos ter postura, afinal, quem é o adulto na relação? É preciso ter coragem para mudar! Claro que não é fácil nem confortável, mas se apenas reproduzimos uma atitude que não está “funcionando”, faz-se preciso buscar novas estratégias, afinal, só “os escravos do passado, corrigem como eram corrigidos”.
Por que toleramos muito mais os “de fora” do que os da nossa própria família? Será que está no simples fato de termos a certeza do amor incondicional destes, enquanto aos outros...
Repare: se esbarrarmos em um desconhecido, cheios de cuidados trataremos logo de desculpar-nos. Quando se trata de um filho, esbravejamos: “Oh, lerdeza! Não olha por onde anda? Fica patetando na minha frente!” Quando é uma visita que quebra aquela louça que era relíquia da família, somos cerimoniosos: “Fique calmo, não tem problema, era só uma xícara que estava na minha família há quatro gerações...” Mas se for um filho a quebrar o copo de água (de geleia muita das vezes), o pobre não tem escapatória, vai ouvir um sermão daqueles, ficar de castigo por sua desatenção, será julgado e condenado sem direito a defesa, além de ter relatado em sua conta tantos outros bens destruídos por aquele cidadão.
Insultamos os nossos filhos em um piscar de olhos. Estamos o tempo inteiro fazendo considerações, comparações, reforço negativo... logo, como nenhum filho quer decepcionar seus pais, aqueles precisam manter a postura descrita por estes a fim de não contradizê-los perante a sociedade.
Realmente não há uma fórmula mágica, mas há verdades que precisam ser avaliadas e utilizadas por nós: todo e qualquer filho suplica por limites, por entender como aquela família funciona, quais são os valores vivenciados e apresentados. Os pais que são firmes, seguros de si, conseguem passar segurança e confiança aos seus filhos. Se você não for capaz de mostrar sua voz ativa com ele, imagina com um estranho? No julgamento feito por seu filho, você não estará apto a protegê-lo.
Chega de deixar que nossa vida aconteça sob a direção de um piloto automático. Deus nos criou livres, somos seres autônomos, criativos e faz-se necessário ensinar aos nossos filhos a serem protagonistas de suas histórias, a ser luz do mundo.
Demonstre sempre afeto, diga aos seus filhos o quanto eles são importantes, elogie-os por seus pequenos e bons feitos. Deus sempre suscita grandes homens e mulheres, pessoas do bem, semeadores da paz.
No livro Maria, a maior educadora da História, de Augusto Cury, o renomado autor traça algumas características de uma mulher, a partir dos feitos de seu filho:
Assim como Maria, devemos estimular os nossos filhos a ser gratos e agir; a ter um olhar psíquico, conduzi-los pacientemente a enxergar situações tensas por vários ângulos, a pensar outras possibilidades diante dos fatos e, principalmente a usar sua capacidade de refletir.
Assim como Maria, devemos estimular os nossos filhos a proteger a emoção, a não ser egocêntricos, a doar-se sem esperar muito do outro, a buscar compreender o outro, se colocar no lugar do outro e entender que ninguém pode dar o que não tem.
Assim como Maria, devemos estimular os nossos filhos a ambição interior, a ter desejo de saber, de nutrir seu espírito. Aqueles que não tem fome de saber, crescem achando que são os donos do mundo.
Assim como Maria, devemos estimular os nossos filhos a inteligência para construir um projeto de vida e disciplina para executá-lo.
Assim como Maria, devemos ensinar os nossos filhos a arte da contemplação da natureza, a perceber que nela cada coisa funciona a seu tempo, a perceber que os dias são diferentes e que na vida também é assim.
Assim como Maria, devemos contar nossa história de vida como o melhor presente na educação dos nossos filhos. Temos que nos apresentar sem máscaras, sem fantasias, partilhando nossas conquistas, nossas frustrações. Eles precisam saber que não criamos expectativas inatingíveis e muito menos que exigimos deles perfeição. Não podemos negar-lhes este direito, pois é assim que se formam laços, que se desenvolvem raízes, que podemos fazê-los mais felizes.
Estamos juntos com eles em constante formação.
Amei estar com vocês!
Veronica Vilella Goulart
Para refletir:
Educar é viajar pelo mundo do outro sem nunca penetrar nele. É usar o que passamos para nos transformar no que somos. O melhor educador não é o que controla, mas o que liberta. Não é o que aponta erros, mas o que os previne. Não é o que corrige comportamentos, mas o que ensina a refletir. Não é o que enxerga o que é tangível aos olhos. Mas o que estimula sempre a começar de novo.
O excelente mestre não é o que mais sabe, mas o que mais tem consciência do quanto não sabe.
Educar é caminhar sem ter a certeza de onde vai chegar.
Augusto Cury
Sem Maria nenhuma família chega a santidade e nem se aproxima de Deus. Pois o próprio Deus a escolheu para acolher a Família de Nazaré! Nossa Senhora de Nazaré rogai por todas as famílias do Brasil e do mundo, particularmente pela minha, que precisa tanto de Ti!
ResponderExcluir