Infelizmente, nesta quinta-feira 12, o Supremo Tribunal Federal optou por legalizar o aborto de anencéfalos. Esse tipo de doença ocorre quando há má formação do tubo neural ou da calota craniana durante a gestação de uma criança. Muitos pensam que a anencefalia é uma "sentença de morte" para o nascituro, mas isso não é verdade já que partes do cérebro responsáveis pelas funções vitais, como a respiração e batimentos do coração, podem não ser afetados, logo a sobrevivência do recém nascido pode acontecer. Porém não foi assim que o STF viu a situação, a proposta venceu de oito a dois, ou seja, oito dos onze ministros que compõem o tribunal votaram a favor da legalização, enquanto dois foram contra e um se absteve. O presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e arcebispo de Aparecida, Cardeal Raymundo Damasceno Assis, emitiu uma nota oficial sobre a decisão.
Leia a íntegra da nota:
Os princípios da “inviolabilidade do direito à vida”, da
“dignidade da pessoa humana” e da promoção do bem de todos, sem qualquer forma
de discriminação (cf. art. 5°, caput; 1°, III e 3°, IV, Constituição Federal),
referem-se tanto à mulher quanto aos fetos anencefálicos. Quando a vida não é
respeitada, todos os outros direitos são menosprezados, e rompem-se as relações
mais profundas.
Legalizar o aborto de fetos com anencefalia, erroneamente
diagnosticados como mortos cerebrais, é descartar um ser humano frágil e indefeso.
A ética que proíbe a eliminação de um ser humano inocente, não aceita exceções.
Os fetos anencefálicos, como todos os seres inocentes e frágeis, não podem ser
descartados e nem ter seus direitos fundamentais vilipendiados!
A gestação de uma criança com anencefalia é um drama para a
família, especialmente para a mãe. Considerar que o aborto é a melhor opção
para a mulher, além de negar o direito inviolável do nascituro, ignora as
consequências psicológicas negativas para a mãe. Estado e a sociedade devem
oferecer à gestante amparo e proteção.
Ao defender o direito à vida dos anencefálicos, a Igreja se
fundamenta numa visão antropológica do ser humano, baseando-se em argumentos
teológicos, éticos, científicos e jurídicos. Exclui-se, portanto, qualquer
argumentação que afirme tratar-se de ingerência da religião no Estado laico. A
participação efetiva na defesa e na promoção da dignidade e liberdade humanas
deve ser legitimamente assegurada também à Igreja.
A Páscoa de Jesus que comemora a vitória da vida sobre a
morte, nos inspira a reafirmar com convicção que a vida humana é sagrada e sua
dignidade inviolável.
Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, nos ajude em
nossa missão de fazer ecoar a Palavra de Deus: “Escolhe, pois, a vida” (Dt
30,19).
+ Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB
+ Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB
Manifestantes contra legalização em frente ao STF |
Sinto-me profundamente triste. Confesso que hoje está sendo um dia angustiante para mim. digo isso porque, além da fatídica decisão do STF, tive ainda que enfrentar vorazes dicursos a favor do aborto do caso em foco e também nos casos de estupro com pitadas de violentas declarações contra a nossa querida Igreja, além de opiniões, também a favor da decisão do Supremo, de pessoas católicas. confesso que estou muito triste.
ResponderExcluirEsperamos em Deus que estás pessaoas um dia possa reconhecer que um ser vivo e a maior presença de Deus. Mas infelismente eles não sabem disso. Que Deus tenha misericórdia de cada um deles. E que Deus proteja a cada um de nós.
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