Jesus Cristo se
ofereceu desde o princípio por nossa salvação
Foi imolado, porque
Ele mesmo quis.(Is 53,7)
O Verbo divino, desde o primeiro instante em
que se viu feito homem e criança no seio de Maria, se ofereceu por si mesmo às
penas e à morte para resgate do mundo. Sabia que todos os sacrifícios dos
cordeiros e dos touros oferecidos a Deus na Antigüidade não tinham podido
satisfazer pelas culpas dos homens, mas que era necessário que uma pessoa
divina satisfizesse por eles o preço de sua redenção.
Pelo que disse, como afirma o Apóstolo:
"Não quiseste hóstia nem oblação, mas me formaste um corpo. Então eu
disse; Eis-me aqui presente" (Hb 10,5). Meu Pai, disse Jesus Cristo,
todas as vítimas que vos foram oferecidas até agora não bastam nem
bastarão para satisfazer vossa justiça; destes-me um corpo passível para
que com a efusão de meu sangue vos aplaque e salve os homens: eis-me
aqui presente, "ecce venio", tudo aceito e tudo submeto a
vossa vontade. A parte inferior de sua vontade experimentava,
naturalmente, repugnância e recusava-se a viver e a morrer entre tantas
dores e opróbrios, mas venceu a parte racional, que estava completamente
subordinada à vontade do Pai, e aceitou tudo, começando Jesus a padecer desde
aquele instante, todas as angústias e dores que sofreria nos anos de sua
vida, assim agiu nosso divino Redentor desde os primeiros instantes de
sua entrada no mundo.
E como nos portamos nós com Jesus Cristo,
desde que, chegados ao uso da razão, começamos conhecer, com as luzes da fé, os
sagrados mistérios da redenção? Que pensamentos, que desígnios, que bens temos
amado? Prazeres, passatempos, soberbas, vinganças, sensualidade, eis os bens
que aprisionaram os afetos de nosso coração. Mas, se temos fé, mudemos de vida
e de amores; amemos a um Deus que tanto padeceu por nós. Lembremo-nos das penas
que o Coração de Jesus padeceu por nós desde criança, e assim não poderemos
amar senão esse Coração, que tanto nos amou.
Reza-se o Terço e a
Ladainha de Nossa Senhora
Oração: Senhor nosso, quereis
saber como nos portamos convosco em nossa vida? Desde que começamos a ter o uso
da razão começamos a menosprezar vossa graça e vosso amor. Mas melhor que nós o
sabeis vós e, apesar disso, nos suportastes porque nos amais muito. Fugíamos de
Vós, e vós vos aproximastes chamando-nos. Aquele mesmo amor que vos fez baixar
do céu para buscar as ovelhas perdidas, fez com que nos suportásseis. Jesus,
agora nos buscais e nós vos buscamos.
Percebemos que vossa graça nos assiste;
assite-nos com a dor de nossos pecados, que odiamos mais que todos os outros
males; assisti-nos com o desejo que temos de vos amar e de vos dar gosto. Sim
Senhor nosso, queremos amar-vos e tanto quanto possamos. Certo que tememos por nossa
fragilidade e debilidade contraídas por causa de nossos pecados, mas muito amor
é a confiança que vossa graça nos infunde, fazendo-nos esperar em vossos
méritos e dando-nos grande ânimo para exclamar: "Tudo posso naquele que
me conforta" (Fil 4,13). Se somos débeis, Vós nos dareis força contra
nossos inimigos; se estamos enfermos, esperamos que vosso sangue seja nossa medicina;
se somos pecadores, confiamos em que nos santificareis.
Confessamos
que no passado cooperamos com nossa ruína porque deixamos de recorrer a Vós nos
perigos. De hoje em diante, Deus e esperança nossa, a Vós queremos recorrer e
de Vós esperamos toda ajuda e todo o bem. Amamos-vos sobre todas as coisas e
nada queremos amar fora de vós. Ajudai-nos, por piedade, pelo mérito de tantos
sofrimentos que desde o princípio sofrestes por nós. Eterno Pai, por amor de
Jesus Cristo, aceitai que vos amemos. Se vos iramos, aplacai-vos ao ver as
lágrimas do menino Jesus, que vos roga por nós: "Põe teus olhos na face
de teu ungido" (Sl 83,10). Não merecemos graças, mas merece-as esse
Filho inocente, que vos oferece uma vida de penas para que sejais conosco
misericordioso.
E Vós, Maria, Maria, Mãe Misericordiosa, não
deixeis de interceder por nós; sabeis quanto confiamos em Vós, e sabemos bem
que não abandonais a quem recorre a Vós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar nossos artigos, homilias ou fotos. Que seja para a glória de Deus! Não responderemos a anônimos sem registro neste blog.