domingo, 2 de outubro de 2011

Homilia do 27° Domingo do Tempo Comum


  Queridos filhos, tradicionalmente o Mês de Outubro é dedicado às Missões e ao Rosário; a missão é de todos nós: anunciar com amor e prontidão o reino de Jesus, em palavras e obras. Já o terço, é uma das formas de oração mais conhecidas e rezadas em todo o mundo, canal de graça pessoal e para toda a Igreja. Neste mês, aprofundemos nosso dever de sermos missionários e sejamos fiéis à oração do terço. Agora meditemos sobre a Liturgia de hoje.

  Neste Domingo, Nosso Senhor nos propõe a perceber o modo como O acolhemos ou O rejeitamos; Deus sempre nos visita, todos os dias, mas nem sempre O trazemos para dentro de nossa vida, nem sempre O escutamos, nem sempre O seguimos. O resultado é trágico: quando retiramos Deus de tudo o que fazemos, só resta a fadiga, a tristeza e a confusão.
  Na primeira leitura, o profeta Isaías nos apresentou a história de uma vinha plantada com amor, protegida por seu dono, podada com muito cuidado e cheia de tantas esperanças. A vinha do Senhor, nos mostrou Isaías, é o seu povo. E esperava-se que pelo carinho com que era cuidada, produzisse muitos frutos bons, no entanto ela produziu uvas selvagens... O Senhor que nos ama e nos quer bem, também espera de nós hoje frutos de amor, de verdade, de caridade, de respeito, de delicadeza... mas quantas vezes produzimos apenas azedume: intrigas, ódio, ciúmes, invejas, brigas. Somos a vinha do Senhor, mas não nos comportamos como vinha de Deus.
  Partindo desse texto de Isaías, Jesus no Evangelho de hoje nos conta a parábola dos vinhateiros homicidas. Os vinhateiros, além do fato de se apropriarem injustamente da colheita, tornaram-se homicidas: espancaram, apedrejaram e mataram, não somente os enviados do patrão, mas até mesmo seu filho. Aqui, já percebemos o que Jesus deseja falar aos chefes dos judeus: O Filho de Deus foi enviado, e será morto de modo violento; o Filho de Deus foi visitar o seu povo, a sua vinha, mas os seus não O receberam. A Pedra angular, a pedra que não pode faltar à construção foi lançada fora. A rejeição a Jesus e à sua Palavra não ficou na história passada de Israel, mas existe ainda hoje. E não só os que combatem o cristianismo rejeitam a verdade de Cristo, mas hoje até cristãos rejeitam o próprio Cristo quando, segundo os seus pensamentos e critérios, escolhem ou jogam fora o que querem da fé e da Igreja. Católicos que aceitam o Deus justo, mas fazem injustiça; que acreditam no Deus bom, mas fazem maldades; católicos que louvam o Deus misericordioso, mas que guardam rancor e mágoa em seus corações; católicos que agradecem o dom de suas vidas, mas são a favor do aborto; que imploram de Deus a fidelidade às suas promessas, mas que não correspondem à fidelidade em suas vidas...
  No entanto, apesar de tudo isso, o amor de Deus pelo seu povo continua a superar qualquer maldade humana. Deus, que visitou a nossa história, continua a nos visitar; se existe os que rejeitam a Deus, existem também os que acolhem Deus. A esses o Senhor continua a se dar; somente esses, os que O aceitam e permanecem Nele, podem dar muitos e belos frutos, porque sem Deus nada podemos fazer. Tudo por Ele começa e tudo por Ele se conclui.
  Que o nosso comportamento seja como nos pediu São Paulo: verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, honroso, tudo o que é virtude ou de qualquer modo mereça louvor. Que sejamos, de fato, a vinha que o Senhor deseja.

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