segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Oração do Angelus: Papa explica a Liturgia do 23° Domingo do Tempo Comum


Queridos irmãos e irmãs!
  As leituras bíblicas da Missa deste domingo convergem para o tema da caridade fraterna na comunidade dos crentes, que tem sua origem na comunhão da Trindade. O apóstolo Paulo diz que toda a lei de Deus se cumpre no amor, para que, em nossos relacionamentos com os outros, os Dez Mandamentos, e qualquer outro mandamento se resuma neste: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Rm 13,8-10). O texto do Evangelho, tirado de Mateus capítulo 18 sobre a vida da comunidade cristã, diz-nos que o amor fraternal envolve também um senso de responsabilidade mútua, assim, diante dos pecados do meu irmão contra mim, eu posso amá-lo e, acima de tudo, falar-lhe pessoalmente, apontando que o que ele disse ou fez não foi bom. Esta abordagem é chamada correção fraterna: não é uma reação a uma ofensa sofrida, mas é movida pelo amor a seu irmão. Santo Agostinho diz: “aquele que te ofendeu, ofendendo-te, inferiu a si mesmo uma grande ferida; e tu não te preocupas pela ferida de um irmão teu? (…) Tu deves esquecer a ofensa que recebeste, não a ferida do teu irmão”(Discursos 82, 7).

  E se seu irmão não te ouve? Jesus no Evangelho de hoje indica um gradual: primeiro ir falar com duas ou três pessoas para ajudá-lo a perceber melhor o que ele fez; se, apesar disso, ele ainda rejeita a observação, devo dizer à comunidade, e se nem sequer ouvir a comunidade, devo fazê-lo sentir a distância que ele causou, separando-se da comunhão da Igreja. Tudo isso indica que há uma responsabilidade partilhada no caminho da vida cristã: todos, conscientes de suas limitações e defeitos, são chamados a acolher a correção fraterna e a ajudar os outros com este serviço particular.
  Outro fruto do amor na Igreja é a oração comunitária. Disse Jesus: “Se dois de vós concordarem na Terra para pedir qualquer coisa, o meu Pai que está nos céus, dará a ele. Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, aí estou Eu no meio deles” (Mt 18,19-20). A oração pessoal é certamente importante, até mesmo indispensável, mas o Senhor garante a sua presença à comunidade que - ainda que muito pequena - está unida e unânime, porque reflete a realidade do Deus Uno e Trino, comunhão perfeita de amor. Orígenes diz que “devemos nos exercitar nesta sinfonia” (Comentário ao Evangelho de Mateus 14, 1), ou seja, nesta harmonia dentro da comunidade cristã. Precisamos praticar tanto a correção fraterna, que requer muita humildade e simplicidade de coração, tanto a oração, para que se eleve a Deus a partir de uma comunidade verdadeiramente unida a Cristo”. Nós pedimos tudo isso por intercessão de Maria Santíssima, Mãe da Igreja e de São Gregório Magno, Papa e Doutor, que ontem nos lembramos na Liturgia.

Fonte: Vatican.va

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