Diário de Viagem (Dias 20 e 21 de Setembro)

Dia 20 de Setembro

  Saímos do hotel às 7h20min em direção à Esplanada do Templo (Santo Sepulcro). Entramos na Igreja e, como era cedo, ainda acontecia a Missa dos franciscanos junto ao Sepulcro. Então nossa guia conseguiu adiantar a Missa que fizemos na Capela dos Cruzados, que fica ao lado do local sagrado. Antes, logo à entrada da Igreja, pudemos contemplar a “Pedra da Unção”, pedra em que, segundo a tradição, o Corpo de Jesus foi ungido.Foi muito emocionante, mais uma vez, celebrar junto ao um lugar tão santo quanto este, principalmente neste onde Nosso Senhor foi crucificado e sepultado.

  Depois da Missa entramos na longa fila para visitar o túmulo. É uma gruta bem pequenina, como Belém, onde temos que nos abaixar para poder entrar; é como se a humildade de Belém se repetisse no Calvário... Após a visita, contemplamos o belo coro dos ortodoxos que fica bem defronte ao Sepulcro. Depois subimos para o lugar do Gólgota, onde Jesus foi crucificado; lá, uma belíssima imagem do Crucificado ladeado por Nossa Senhora e São João Evangelista. Descemos o Gólgota e nos dirigimos para o ônibus que nos levou à outra Porta da cidade, para iniciar a Via Sacra. Depois de passar pela Porta, entramos no lugar onde o Senhor foi condenado, onde existe uma pequena Igreja; logo depois seguimos para o lugar onde Jesus foi flagelado, também uma pequena Igreja. Continuamos o percurso para fazer a Via Sacra ou Via Dolorosa. Tomamos uma cruz e caminhamos rezando e cantando pelas ruas estreitas da cidade antiga. Precisamos de muita concentração, já que passamos por dentro do chamado “Mercado árabe”; pense no camelódromo da Uruguaiana, no Rio. É exatamente isso! Terminamos a Via Dolorosa na Esplanada do Santo Sepulcro, exatamente na hora do Angelus. Foi lindo!

  Após o almoço, visitamos a Igreja de Sant’Ana, a mãe de Maria e o local provável do nascimento de Nossa Senhora. Bem perto, a piscina probática – onde Nosso Senhor curou o paralítico. Depois dali, partimos para Ein Karem, onde está a Igreja de São João Batista. Nesta Igreja, está o lugar do nascimento de São João. Aqui, contemplamos as figuras importantes de Santa Isabel e São Zacarias, pais do Batista. Rezamos aí o Benedictus que estava em várias línguas em azulejos junto ao santuário. Depois subimos, a pé, para a Igreja da Visitação. Uma bela Igreja que fica num escarpado. Esse lugar foi testemunha do encontro de Nossa Senhora e sua prima Isabel. Rezamos e cantamos aí o Magnificat. Descemos a cidade e retornamos a Jerusalém para visitar o Muro das Lamentações. Após esta bela jornada, regressamos ao hotel.

Dia 21 de Setembro

  Acordamos, mais uma vez, muito cedo às 5h45. Saímos do hotel em direção a Betânia, cidade dos irmãos e amigos de Jesus, Marta, Maria e Lázaro. Visitamos os belos jardins e a Igreja. Lemos aí a passagem das irmãs e fiz uma breve reflexão. Partimos em direção a Jericó, a cidade considerada mais antiga do mundo, com 10 mil anos! Como é território palestino, nossa guia judia não pôde entrar. Fomos com a nossa guia do Brasil, Valéria, para o interior da cidade. Lá, paramos diante de um sicômoro centenário. Não é o original da época de Jesus, mas relembra a passagem em que Zaqueu sobe numa árvore dessas para ver melhor a Jesus e, depois disso, acaba se convertendo. Lemos aí a passagem e fizemos nossa meditação e nossas preces. Seguimos dentro de Jericó para o lugar da tentação de Jesus, um paredão rochoso impressionante. Ficamos de frente para essas montanhas e lemos a passagem da tentação e fizemos nossas preces. Hoje existem alguns bondinhos que levam as pessoas até o alto da montanha, mas não fizemos – já que estava fora do programa.

  Saímos de Jericó em direção a Qumran, cidade à beira do Mar morto, onde foram achados os pergaminhos da Bíblia mais antigos do mundo. Ao chegar, fomos para uma sala de projeção, onde assistimos uma pequena apresentação sobre os essênios e sua forma vida. Eles eram judeus que adentraram no deserto para viverem, em comum, a Torá (A Lei de Deus). Impressionante lugar, muito árido e repleto de vestígios desses sábios: piscinas de purificação, canais, refeitório comum, sala de estudos, de oração, etc.

  Aí mesmo neste lugar fomos almoçar. Era um outro kibutz, com hotel anexo, restaurante e loja de produtos do Mar Morto, principalmente cosméticos. As mulheres do nosso grupo adoraram! Mais tarde, fomos para as margens do Mar Morto, uma espécie de balneário. Fomos para o famoso banho no Mar Morto, lugar com alta salinidade e lama com diversos sais minerais. Foi muito engraçado boiar sem esforço e passar lama no corpo. Depois do banho, a chuveirada que ficava lá mesmo.

  Regressamos a Jerusalém para visitar a Igreja de São Pedro, em Galicanto, lugar onde Nosso Senhor foi preso e negado por Pedro. Mais uma emoção: descemos ao local exato da prisão de Jesus, um pequeno quadrado cravado na rocha, antigo Palácio de Caifás. Vimos as escadas de pedra do tempo de Jesus que fazia ligação com o Monte das Oliveiras, certamente o mesmo caminho que fez o Senhor quando foi preso no Monte. Saímos dessa Igreja e nos dirigimos para o local do Cenáculo, local da última Ceia e, segundo a tradição, também lugar do Pentecostes. Visitamos esta grande Sala, construída pelos Cruzados no século XII e depois o “Túmulo de Davi”. Após esta visita, fomos celebrar a Missa numa Igreja franciscana bem perto do Cenáculo; outro momento especial! Eis algumas fotos destes dias maravilhosos!