sexta-feira, 20 de maio de 2011

Existem Milagres ainda hoje?



  Muito se fala que hoje, em meio a tantas tecnologias, não há espaço para o milagre. Ele é uma invenção da Igreja ou da cabeça de algumas pessoas altamente sugestionáveis. Primeiramente devemos saber o que é um milagre, para saber se, de fato, ele pode existir sem a ação humana (verdadeiro) ou se pode ser reproduzido pelo homem (falso). 

  O milagre é um fenômeno que pode ser visto ou experimentado na realidade (não é psicose, autosugestão, delírio, etc) e que está além das causas naturais, não podendo ser produzido por força humana. No milagre, as leis da natureza não são mudadas, mas ficam como que suspensas; assim, quando a duração da ação e a qualidade da mesma fogem à “ordem natural” e à explicação ou reprodução científica, temos o milagre.
  Diferente do que se pensa, a Igreja não vive a “produzir” milagres. Pelo contrário, se há uma instituição que faz de tudo para avaliar a autenticidade de um milagre, antes de publicá-lo, é a Igreja. Por isso, temos muito mais “relatos de milagres” do que “comprovações de milagres”. Todos os supostos eventos são cuidadosamente estudados e documentados; uma testemunha só para um fenômeno já é considerada insuficiente! A Igreja possui Comissões de especialistas em todas as áreas, para logo contatá-las assim que o suposto caso aparecer; e, para não se ter dúvidas quanto à validade das observações dessas Comissões, a Igreja faz questão de convidar muitos profissionais que nem comungam de nossa fé, isto é, não-católicos.
  As Comissões são formadas por todo tipo de especialistas: médicos, físicos, teólogos, parapsicólogos, etc; se há uma explicação médica, fisiológica, física ou em outra área, então podemos descartar o milagre. Agora, quando os fenômenos surgirem sem a ação humana, de forma espontânea e inexplicável à ciência, teremos um milagre. Tais Comissões estudam ainda, em particular, alguns fenômenos psicofísicos que podem acompanhar os milagres ou estes mesmos serem já um milagre. São eles:
·       Levitação: é o poder de ter o corpo levantado acima do solo, sem nenhum truque (ilusionismo) ou farsa (teatro); quando se está apenas elevado, chama-se “êxtase ascensional”, quando se voa a maior a altura, “vôo extático” e quando se desliza pela superfície do chão, sem tocar os pés, é a chamada “marcha extática”;
·       Abstinência prolongada: há santos que puderam passar longos tempos sem tomar alimento sólido ou bebida, apenas alimentando-se da Divina Eucaristia. Neste caso, para que seja um milagre exige-se que a abstinência seja total (comida e bebida), duradoura (por longo tempo) e que a pessoa continue bem disposta em todas as suas ocupações;
·       Incorruptibilidade: o corpo permanece sem deteriorar-se muito tempo após a morte e sem a ajuda de elementos químicos ou de ambientes físicos propícios ou mesmo de um processo de embalsamento. A incorruptibilidade tem que permanecer após exumação do corpo;
·       Liquefação: o sangue conservado em algum lugar e antes ressecado torna-se líquido novamente num determinado momento. A liquefação pode ser permanente ou de tempos em tempo;
·       Eflúvios odoríferos: durante a vida ou após a morte, o corpo de um santo pode exalar perfumes, sem a adição de aromas externos. O odor deve ser suave e persistente; é também chamado de “odor de santidade”, que representa a virtude do cristão de ser um autêntico seguidor de Cristo;
·       Eflúvios luminosos: às vezes o corpo do santo expande uma luz; pode ser apenas em torno da cabeça ou de todo o corpo. Esta luminosidade, claro, não pode vir de outra fonte que não o próprio corpo. O fenômeno deve se repetir várias vezes e tanto de dia quanto de noite e, sobretudo, manifestar a luminosidade de uma vida evangélica;
·       Bilocação: dom de estar ao mesmo tempo em lugares diferentes, sendo visto e ouvido por várias testemunhas. A bilocação é um fenômeno menos conhecido entre os santos, assim como a liquefação, talvez por haver pouca documentação a respeito desses supostos casos. O último registrado pela Igreja se deu com São Padre Pio;
·       Estigmatização: é o mais polêmico dos fenômenos; por ser ligado à Paixão do Senhor, momento trágico da vida de Jesus, e pela difícil averiguação, os estigmatas geram desconfiança e assombro. A estigmatização mais exemplar é aquela em que as impressões da chagas do Senhor aparecem nos pés, mãos, lado e fronte. Mais uma vez devemos dizer: essas marcas não podem ser provocadas na pessoa, nem por instrumentos nem pela sua psique.
  Em suma, o milagre existe e pode ser tão diverso quanto é insondável e misterioso o nosso Deus. A ciência não é inimiga da religião, nem dos milagres; ao contrário, por meio dela é que podemos dizer com mais certeza: certas coisas na vida são inexplicáveis! Grandes e pequenos milagres bem perto de nós e só revelados aos olhos da fé, que estão por sobre todo o conhecimento humano.

Um comentário:

  1. Muito interessante, padre! Não sabia que havia tantos fenômenos possíveis! Gostaria de saber mais e como distinguir aquilo que vem de Deus e do demônio. Obrigado! Parabéns pelo blog!

    ResponderExcluir

Obrigado por comentar nossos artigos, homilias ou fotos. Que seja para a glória de Deus! Não responderemos a anônimos sem registro neste blog.