Bento XVI proclamou no dia 7 de outubro, a santa alemã Hildegarda de Bingen – em alemão hildegard von bingen - como nova “doutora da Igreja”, um reconhecimento que a torna a quarta mulher a receber essa distinção.
A Igreja Católica da o título de doutor para fiéis que se distinguiram pela santidade de vida, ortodoxia doutrinal e sabedoria.
Santa Hildegarda, monja beneditina nascida em 1098 e falecida em 1179 no atual território germânico. Seus primeiros escritos biógraficos a mencionaram como santa e lhe atribuíram alguns milagres em vida e logo após a sua morte. Abriu-se um processo de canonização, mas sua causa parou na beatificação. Em 1584, sem cerimônia oficial, seu nome foi incluído no Martirológio Romano como santa.
Em 10 de maio de 2012 o papa Bento XVI oficializou canonicamente sua santidade e estendeu a toda a Igreja Católica o seu culto litúrgico. Depois de um longo período de obscuridade, sua vida e obra vêm recebendo atenção crescente desde a segunda metade do século XX e seus escritos começaram a ser traduzidos para várias línguas. Muitos livros e ensaios já lhe foram dedicados e foram feitas diversas gravações com sua música.
Bento XVI anunciou a intenção de proclamar dois novos doutores da Igreja Católica, São João de Ávila e Santa Hildegarda de Bingen, a 27 de maio, destacando a “marca intensa de fé” que estes santos deixaram, “em períodos e ambientes culturais bem diferentes”.
Hildegarda, disse o Papa, “assumiu o carisma beneditino no meio da cultura medieval, foi uma autêntica professora da teologia e estudou aprofundadamente a ciência natural e a música”.
A monja é fundadora de dois mosteiros escreveu livros de mística e teologia, textos de medicina e análises de fenômenos naturais.
Em 1147, o Papa Eugénio III autorizou a mística a divulgar publicamente as suas visões e a falar delas em público, pelo que a partir de então o “prestígio espiritual de Hildegarda cresceu cada vez mais, ao ponto de os contemporâneos lhe atribuírem o título de ‘profeta teutónica’”, recordou Bento XVI, numa das duas catequeses que lhe dedicou em setembro de 2010, no Vaticano.
O atual Papa elogiou a “sabedoria espiritual” e “santidade de vida” da germânica e sublinhou que as suas visões místicas são “ricas de conteúdos teológicos”, em particular a “poderosa visão do Deus que vivifica o cosmos com a sua força e luz”.
Além de mística, teóloga e pregadora, foi poetisa e compositora talentosa, deixando um obra original e de grande vulto. Também fez muitas observações da natureza com uma objetividade científica até então desconhecida, especialmente sobre as plantas medicinais, compilando-as em tratados onde abordou ainda vários temas ligados à medicina e ofereceu métodos de tratamento para várias doenças.
“Hildegarda manifesta a versatilidade de interesses e a vivacidade cultural dos mosteiros femininos da Idade Média, contrariamente aos preconceitos que ainda pesam sobre aquela época”, disse.
A Igreja Católica reconheceu até hoje 33 doutores, entre os quais Santo António de Lisboa e três mulheres: Teresa de Ávila, Catarina de Sena e Teresinha de Lisieux.
Fonte: Arquidiocese de Niterói
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