Leia a mensagem na íntegra:
Mensagem aos Diáconos Permanentes do Brasil
Amados irmãos diáconos,
Tenho Sede!
A diaconia da Igreja decorre da sua íntima união à missão do
próprio Cristo, que disse de si mesmo: "Pois o Filho do Homem não veio
para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos" (Mc
10,45). Jesus definiu a sua missão como um serviço que, no fundo, era a
realização da vontade do Pai e do seu desígnio de salvação. É assim que Ele se
apresenta como Servo que deseja ser reconhecido, seguido e imitado: "eu
estou no meio de vós como aquele que serve" (Lc 22,27); "Dei-vos o
exemplo para que vós possais agir como Eu agi em relação a vós" (Jo
13,15). A atitude do servo supõe a obediência. Servir é obedecer e pôr a vida a
serviço da vontade e do projeto do Pai que O enviou. "É preciso que o
mundo saiba que eu amo o Pai e faço como o Pai me mandou" (Jo 14,31).
Portanto, quem aceita seguir Jesus, como seu discípulo, assume a condição de
servo, com a vocação de servir.
A diaconia na Igreja católica tem a sua origem na diaconia
de Jesus. O diaconato é sacramento da caridade aos pobres e excluídos. Vocês,
caros diáconos, “são ordenados para o serviço da Palavra, da caridade e da
liturgia, especialmente para os sacramentos do batismo e do matrimônio; também
para acompanhar a formação de novas comunidades eclesiais, especialmente nas
fronteiras geográficas e culturais, onde ordinariamente não chega a ação
evangelizadora da Igreja” (DAp 205). Isto quer dizer que vocês, diáconos, não
são ordenados para vocês mesmos, nem para se colocar acima dos demais leigos,
nem para desempenhar funções diferentes da dos presbíteros e dos bispos, mas
para a missão, além do mundo que nos rodeia, para além das fronteiras da fé.
Pelo testemunho de vida doada à missão, incorporados a Jesus Cristo, servo e
servidor, vocês, por meio do sacramento da ordem, devem revelar a dimensão
especial da diaconia do ministério ordenado, ajudando a construir um mundo mais
de acordo com o projeto de Deus.
O Concílio Vaticano II, no texto da restauração do
diaconado, lembra: “dedicados aos ofícios da caridade e da administração,
lembrem-se os diáconos do conselho do bem-aventurado Policarpo:
‘Misericordiosos e diligentes, procedam em harmonia com a verdade do Senhor,
que se fez servidor de todos’” (LG 29).
Por causa da dupla sacramentalidade, é de particular
importância para vocês, diáconos, chamados a serem homens de comunhão e de
serviço, a capacidade de inter-relações com todos. Vocês são diáconos na família,
na Igreja, na sociedade e nos locais de convivência e de trabalho. Isto exige
que vocês sejam, a exemplo de Abraão, obedientes, acolhedores, diligentes,
caridosos (Gn 22,1ss;18,1ss), afáveis, hospitaleiros, sinceros nas palavras e
no coração, prudentes e discretos, generosos e disponíveis no serviço, capazes
de se oferecer pessoalmente e de suscitar, em todos, relações genuínas e
fraternas, prontos a compreender, perdoar e consolar.
Os elementos que mais caracterizam a espiritualidade
diaconal são a opção pelo serviço, missão e partilha de vida, a exemplo do amor
de Jesus Cristo, que não veio para ser servido, mas para servir. Vocês,
diáconos, devem, por isso, ser formados para adquirir, cotidiana e
progressivamente as atitudes, que, embora não sejam exclusivamente do diácono,
são sinais deste ministério: a simplicidade de coração, o dom total e
desinteressado de si, o amor humilde e serviço aos irmãos, sobretudo aos mais
pobres, sofredores e necessitados, e a escolha de um estilo de vida baseada na
partilha, na pobreza e na missão.
O ministério que vocês recebem tem como missão ajudar a
abrir os olhos da Igreja e da sociedade para enxergar a realidade dos pobres,
excluídos, marginalizados, desamparados. Ao mesmo tempo suscitar ações, não
apenas momentâneas e circunstanciais, mas permanentes, que conduzam à
recuperação completa do bem estar e da cidadania cristã dos assaltados pelo
capitalismo desumano. O diácono é construtor da solidariedade, na medida em
que, pelo seu ministério da caridade, anima e suscita a solidariedade e o serviço
em toda a Igreja.
Por ocasião da festa do mártir São Lourenço, patrono dos
diáconos, celebrada no dia 10 de agosto, manifestamos nossa cordial saudação a
todos vocês, diáconos permanentes do Brasil, com suas famílias - esposas,
filhos e filhas -, bem como aos candidatos das Escolas Diaconais, às Diaconias
e à Comissão Nacional dos Diáconos. Lembrando, por fim, o que diz o Documento
de Aparecida: “A V Conferência espera dos diáconos um testemunho evangélico e
impulso missionário para que sejam apóstolos em suas famílias, em seus
trabalhos, em suas comunidades e nas novas fronteiras da missão” (DAp 208).
Esperamos que as Diretrizes para o Diaconado Permanente da
Igreja no Brasil passem a ser o manual de instrução, a fim de que o diaconado
seja implantado em todas as dioceses do Brasil.
Que Maria, serva e mãe do Belo Amor, que guardou e meditou
radicalmente a Palavra de Deus em seu coração, sirva de modelo para o serviço
que vocês exercem na Igreja e na sociedade.
“Amo a todos vocês no Cristo Jesus” (1Cor 16,24).
Com minha bênção,
Dom Pedro Brito Guimarães,
Arcebispo de Palmas e Presidente da Comissão para os
Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada
Fonte: CNBB
Que Deua abençoe, e mantenha sempre o nosso Diác. José Carlos na humildade e a serviço da igreja. agradecemos a Deus pelo seu sim.
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