Neste 2° Domingo do Advento,
a voz de dois profetas coincidem e se encontram: a de Isaías no Antigo
Testamento e a de João Batista, no Novo Testamento; ambos anunciam a vinda do
Senhor, ambos anunciam a conversão para receber esse Senhor. Isaías profetiza,
mas somente entrevê; João Batista profetiza e vê, tem a graça de ser testemunha
da chegada do Messias.
Qual é a preocupação de João Batista? Em quê
está ele devotado? O que deseja das pessoas ao seu redor? Para todas essas
questões a resposta é uma só: a conversão dos homens para Deus! Esta é a sua
maior preocupação; toda a sua vida foi dedicada a isto; este foi seu apelo a
todos os que encontrava: reis, rainhas, governadores, homens e mulheres comuns,
todos, sem exceção, deveriam deixar em seus corações um caminho livre para o
Senhor.
Bem diferente de João Batista, são muitos
homens e mulheres de hoje. Suas preocupações giram em torno do material,
daquilo que podem ter ou usufruir. Pensam mais no corpo que no espírito. Perdem
toda a sua vida por aquilo que passa, por aquilo que é importante no mundo.
Fazem uso dos dons que Deus lhes concedeu não para buscar o amor de Deus e o
bem e a justiça no meio dos homens, mas para benefício próprio, por amor
egoísta ou por vaidade. O que diriam essas pessoas orgulhosas e gananciosas
diante da simplicidade de João Batista? Como se comportariam essas pessoas
arrogantes e mentirosas diante da pregação do Batista? Para onde olhariam essas
pessoas falsas e sabotadoras ao se depararem com a figura verdadeira e séria do
Precursor?
E, não obstante essa sua santidade, São João
não quis luzes para si, mas reconheceu sua indignidade e impotência: Só Deus é
o Forte, só Deus é o Digno, só Ele é Grande e pode nos dar o Espírito Santo. O
que deveríamos querer nesta meditação? Deveríamos querer, como João Batista,
preparar os caminhos do Senhor através da conversão. Converter-se a Deus é
voltar-se para Ele e não para as criaturas, aplainar as veredas, isto é,
retirar o excesso, jogar fora o “entulho” da nossa alma, fazer-se humilde,
deixar a passagem livre para a vontade de Deus em nossa vida. Para tanto, o
caminho certo e único é confessar nossos pecados e reorganizar nosso modo de
proceder.
A confissão sacramental não se faz apenas
diante de um peso maior na consciência, quando se peca gravemente, mas é um
meio eficaz de pôr-se na vontade Deus, de converter o coração e de manter-se
sempre dizendo “sim” à graça e “não” ao pecado. Confessar-se frequentemente é
um dever do cristão e uma necessidade da alma. Reconhecer-se pecador e ter
coragem de abandonar o pecado, é uma das grandes dádivas que devemos pedir a
Deus.
Abracemos hoje o convite de João Batista;
ponhamos abaixo tudo o que impede de ver e seguir o Senhor. Deixemo-nos tocar
por seu amor! Confessemos nossas culpas, abandonemos a vida de maldade. Que o
Senhor tenha piedade de nós e nos ajude a nos reconciliar com Ele enquanto há
tempo.
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