domingo, 23 de outubro de 2011

Homilia do 30° Domingo do Tempo Comum


  Hoje, nossa missa dominical têm várias intenções de ação de graças e de súplicas a Deus: celebramos o Dia Mundial das Missões, encerramos nossa Missão paroquial e apresentamos nas mãos do Senhor a vida de cada um dos paroquianos que tomaram o compromisso de serem missionários neste fim de semana, deixando suas casas, seu lazer, seu descanso para se porem à disposição do Senhor e de sua Igreja. Também colocamos de maneira muito particular, todos os irmãos que nos ajudaram na elaboração desta grande missão – nossos irmãos da secretaria, da cozinha, da liturgia, as irmãs da confecção do resultado da sondagem, os irmãos que nos trouxeram suas doações e a cada coordenador de capela e ao meu diácono. Com alegria, saúdo todos os presentes, em especial os que vieram das nossas capelas e muitos católicos que nos vêm visitar após esta experiência da Missão. Meu pedido a Deus: que o Senhor Bondoso lhes abençoe e lhes conceda todas as graças necessárias para bem viverem suas vidas cristãs! Minha súplica ao Senhor: que nossa Paróquia ame mais a Jesus e à Maria, que ela se converta e cresça!

  A Palavra do Senhor que ressoou em seu Evangelho, recordou-nos que toda a lei se resume no amor de Deus; a lei não é má, ela é necessária, mas é inferior ao bem que se deve alcançar. Isto é, quando conseguimos o bem a partir de uma lei, a lei já não importa, mas sim o que ganhamos com ela. Assim, a lei deve servir ao homem e não escravizá-lo. O evangelista Mateus nos diz que os fariseus, depois que Jesus tinha respondido aos saduceus e deixando-os calados, se reuniram para um teste. Um desses grupos, perguntou-lhe: “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?”. Quando perguntado, de maneira irônica e agressiva, Jesus responde com simplicidade absoluta: “Amarás o Senhor teu Deus com todo teu coração e com toda tua alma e com todo o teu entendimento. Este é o maior e o primeiro mandamento”. Irmãos, e não é mesmo este o maior mandamento? No entanto, o que temos visto no meio de nós, é que este grande e primeiro mandamento torna-se cada vez mais o menor e o mais último daqueles que costumamos fazer... Se amamos a Deus, rezamos! Se amamos a Deus, prestamos culto a Ele na Santa Missa! Se amamos a Ele, prestamos adoração ao Santíssimo Sacramento! Se amamos a Deus, cuidamos e afervoramos este amor com atos de quem ama! Na verdade, o principal requisito para cada um de nós, a principal coisa na nossa vida é fazer Deus estar presente em nossas vidas. Ele deve, como diz a Bíblia, penetrar todas as camadas do nosso ser e enchê-lo completamente: Deus deve estar no nosso coração, na nossa alma e nosso entendimento, para que possamos dizer como São Paulo: “Já não sou eu que vivo, mas Cristo vive em mim”( Gl 1,20).
  Logo depois, Jesus acrescenta algo que não tinha sido pensado pelo doutor da lei: “O segundo é assim: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Declarando que o segundo mandamento é semelhante ao primeiro, Jesus sugere que o amor ao próximo é tão importante quanto o amor a Deus. De fato, o sinal visível que o cristão pode mostrar ao mundo para testemunhar o amor de Deus é o “amor dos irmãos”. Como é, então, providencial o fato de que hoje a nossa Paróquia tenha completado sua missão, querendo demonstrar seu amor a Deus, indo até os irmãos. A experiência de fraternidade e de bondade deve acontecer, no entanto, primeiro entre nós, para depois exalar aos de fora. Amando a este irmão da nossa comunidade, tão diferente de mim, vou me abrir cada vez mais ao amor a todos os que encontrar no caminho. O amor verdadeiro passará, obrigatoriamente, por dores, desconfortos e sacrifícios. O amor se dilata mais, cresce mais diante das tempestades e não tanto das calmarias.
  Amar a Deus é dar a Ele o louvor e a honra devidas, é entregar de maneira generosa toda a vida nas mãos do Senhor, sem reservas, sem desculpas. E esse amor só será autêntico se passar pelo amor ao próximo. Como disse São João, seremos hipócritas, pessoas falsas, se louvamos a Deus com a boca, mas com esta mesma boca, destratamos o outro. Quem é o outro? Quem é o meu próximo? Quem é esse que devo amar? É principalmente aqueles que menos gosto humanamente, aqueles que nos dão trabalho, aqueles que nos perseguem. Este é o sinal do cristão: mudar o mundo com o bem e não pagando o malfeito com outro mal. Vamos lembrar sempre: amar a Deus e ao próximo não é uma escolha, não é uma vontade, não está presa a conveniências, mas é um mandamento dado pelo próprio Jesus.
  Nossa paróquia deve dar passos largos nesta prática dupla de amor: precisamos crescer no amor a Deus, precisamos crescer no amor aos irmãos. Que nossa santa missão realizada neste fim de semana, possa ter contribuído para isto. Que os frutos futuros da nossa Missão sejam cada vez mais a glória de Deus e a união entre os irmãos. Amém.

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