O tempo é o melhor meio para
discernir se algo é um problema psiquiátrico ou devido à ação do diabo; se uma
visão, locução ou qualquer coisa que parece extraordinária for uma doença
mental, desenvolverá inevitavelmente. As psicoses tendem a crescer. Elas
não permanecem estacionárias, nem do mesmo modo. Quando alguém se refere a
um caso de visões e um teólogo é convidado a discernir sobre o assunto, na
grande maioria dos casos, é absolutamente impossível que ele o defina com
precisão. No entanto, após alguns meses, até mesmo os casos mais obscuros
tornam-se claros.
Por exemplo, se um penitente
se ajoelha no confessionário e diz ao confessor que a Santíssima Virgem lhe
disse em voz alta que ela o ama e que ele tem que ser bom, o padre não pode
saber se essa pessoa teve uma alucinação ou uma locução . Provavelmente,
mesmo o mais experiente teólogo do mundo não seria capaz de o saber. Mas
se o sacerdote ouve as confissões deste penitente por um ano, ou até menos, as
coisas vão se tornar cada vez mais claras. Se o penitente tem uma doença
mental, a doença tende a crescer com o tempo e ele vai estar dizendo que a
Virgem tem revelado mais e mais coisas a ele, coisas cada vez mais estranhas e
desconhecidas. Com o tempo, essa pessoa pode tornar-se mais sensata e honesta
ou mais perturbada e inconstante. Neste ponto a doença será clara não só ao confessor,
mas também para toda a família, já que a natureza absurda e ilógica das
alucinações tende a crescer, devido à doença. No entanto, também o sobrenatural
poderá ser mais realçado, sobretudo pela vivência de virtudes e união ao
sagrado.
Quanto às influências demoníacas, os passos
do discernimento também serão os mesmos: deve-se primeiro seguir todos os
caminhos da psiquiatria para depois nos perguntarmos quem ou o quê, é o agente
das doenças, das alucinações e outros fenômenos. Pode-se seguir o seguinte:
nunca se deduza problemas como advindos de um transtorno psíquico nem de uma
ação diabólica, antes que ambas as ciências, a psiquiatria e a teologia,
estudem juntas, o caso.
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