domingo, 3 de julho de 2011

Solenidade de São Pedro e São Paulo


  “Pedro, o primeiro a proclamar a fé, fundou a Igreja primitiva sobre a herança de Israel. Paulo, mestre e doutor das nações, anunciou-lhes o Evangelho da Salvação”. Assim reza o Prefácio da Missa de São Pedro e São Paulo, indicando historicamente a característica dos dois Apóstolos, colunas da Igreja de Cristo. Ambos eram judeus praticantes: Pedro, um devoto judeu da Galiléia, pescador, ligado às tradições de seu povo. Paulo, um culto judeu de Tarso, culta e rica capital da província romana da Cilícia (hoje na Turquia), formado na escola de Jerusalém: um cidadão romano e religiosamente cidadão judeu. Pedro, um devoto pescador, Paulo, um ardoroso, culto e fiel judeu.
  Pedro e Paulo foram conquistados por Jesus: Pedro, às margens do lago de Tiberíades, foi um dos primeiros chamados junto com o irmão André; Paulo, após a ressurreição, no caminho para Damasco onde iria prender judeus que tinham aderido à fé cristã.

  Fogoso e generoso, Pedro traiu o Senhor no momento da Paixão. Fariseu observante da Lei e defensor do Povo de Israel, Paulo queria traí-lo após a ressurreição. Ambos foram conquistados pelo mesmo amor, ambos amaram o Senhor até a morte em Roma, a grande capital do Império, entre os anos 64/67.
  Pedro, pescador da Galiléia, permaneceu fiel à herança cultual e cultural de seu povo e Paulo abriu-se à missão entre todos os povos, pregando o Evangelho da liberdade frente aos costumes judeus. Pedro e Paulo continuam judeus observantes, mas judeus que aceitaram o Cristo como o Messias que veio. Pedro continua obediente às práticas mosaicas, do mesmo modo que Paulo, com a diferença que este não obrigava os pagãos convertidos a se tornarem judeus.
  Paulo era pregador carismático, fundava comunidades e seguia adiante, a outros entregando sua organização e ministérios. Pedro se caracterizava pela instituição, pela presidência das comunidades de Antioquia e, depois, Roma.
  Pedro simboliza a instituição, a permanência dos valores e a fidelidade à grande Tradição.
  Pedro é a garantia de que a Igreja é um ramo enxertado na oliveira de Israel, confirmando a união indissolúvel entre os dois Testamentos. A Igreja e Israel são herdeiros de Abraão.
  Paulo é a garantia de que a Igreja é o Israel de Deus, mas livre das tradições cultuais e morais do templo, pregando a salvação pela graça, a justificação pela fé e não pela obediência a tradições.
  A cidade de Roma uniu esses dois homens na vocação final: fecundar a grande cidade com seu sangue, derramado no amor e na fidelidade.
  A festa de São Pedro e São Paulo é das mais antigas do calendário litúrgico de Igreja da Roma. Já era comemorada no século IV, antes mesmo de ter início a celebração do Natal em 25 de dezembro. Três Missas eram celebradas: na Basílica de São Pedro no Vaticano, túmulo de Pedro, na Basílica de São Paulo fora dos Muros, túmulo de Paulo e na Catacumba de São Sebastião, onde por algum tempo estiveram as relíquias dos dois Apóstolos, colunas da Igreja. Com essa Festa a Igreja católica celebra o Dia do Papa.

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