No ano 257, o imperador romano Valeriano ordenou uma
perseguição contra os cristãos. No início, parecia mais branda do que a imposta
por Décio. Ela tinha mais uma conotação repressora, porque proibia as reuniões
dos cristãos, fechava os acessos às catacumbas, exilava os bispos e exigia
respeito aos ritos pagãos. Mas não obrigava a renegar a fé publicamente. Entretanto,
no ano seguinte, Valeriano ordenou que os bispos e padres fossem todos mortos.
Lourenço, na ocasião, era o arcediácono, do papa Xisto II,
isto é, o primeiro dos sete diáconos a serviço da Igreja de Roma. Dados de sua
vida, anterior a esse período, nunca foram encontrados. Porém devia ter uma boa
formação acadêmica, pois seu cargo era de muita responsabilidade e importância.
Depois do papa, era Lourenço o responsável pela Igreja. Isso quer dizer que ele
era o assistente do papa nas celebrações e na distribuição da eucaristia. Mas,
além disso, era o único administrador dos bens da Igreja, cuidando das
construções dos cemitérios, igrejas e da manutenção das obras assistenciais
destinadas ao amparo dos pobres, órfãos, viúvas e doentes.
A partir do decreto de Valeriano, os bispos começaram a ser
executados e um dos primeiros foi Cipriano de Cartago, que morreu em 258. Logo
em seguida foi a vez de o papa Xisto II ser executado, junto com os outros seis
diáconos.
Conta a tradição que Lourenço conseguiu conversar com o papa
Xisto II um pouco antes dele morrer. O papa ter-lhe-ia pedido para que
distribuísse aos pobres todos os seus pertences e os da Igreja também, pois
temia que caíssem nas mãos dos pagãos. Lourenço foi preso e levado à presença
do governador romano, Cornélio Secularos, justamente para entregar todos os
bens que a Igreja possuía. Lourenço pediu um prazo de três dias, pois, como
confessou, a riqueza era grande e tinha de fazer o balanço completo. Obteve o
consentimento.
Assim, rapidamente distribuiu tudo aos pobres e, quanto aos
livros e objetos sagrados, cuidou para que ficassem bem escondidos. Em seguida,
reuniu um grupo de cegos, órfãos, mendigos, doentes e colocou-os na frente de
Cornélio, dizendo: "Pronto, aqui estão os tesouros da Igreja". Irado,
o governador mandou que o amarrassem sobre uma grelha, para ser assado vivo, e
lentamente. O suplício cruel não demoveu Lourenço de sua fé. Segundo uma
narrativa de santo Ambrósio, Lourenço teria ainda encontrado disposição e muita
coragem para dizer ao seu carrasco: "Vira-me, que já estou bem assado
deste lado".
Lourenço morreu no dia 10 de agosto de 258, rezando pela
cidade de Roma. A população mostrou-se muito grata a São Lourenço, que, pelo
seu feito, é chamado de "príncipe dos mártires". Os romanos ergueram,
ao longo do tempo, tantas igrejas em sua homenagem que nem mesmo São Pedro e São
Paulo, os padroeiros de Roma, possuem igual devoção.
São Lourenço é o padroeiro dos diáconos e por isso no seu dia também é celebrado o Dia do Diácono.
Oração a São Lourenço
Ó Deus todo poderoso, que concedestes a São Lourenço a graça
de vencer os tormentos do fogo abrasador, apagai em nosso coração as chamas dos
nossos vícios.
Por Jesus Cristo Nosso Senhor, Amém.
São Lourenço rogai por nós!
Fonte: Paulinas Online
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