Neste primeiro dia do novo
ano, nossos olhos se voltam para Maria, chamada “Mãe de Deus”, pois gerou em
seu ventre o “Deus conosco Emanuel”. A Mãe de Deus é também “Mãe dos homens”, é
nossa Mãe e deseja trazer à nossa vida, ao nosso coração um grande presente: o
dom da paz. Hoje também é o Dia Mundial da Paz, dia de refletir sobre o que
significa este dom e dia de rezar e implorar por esta paz. O que é a paz? Quem
nos dá a paz? Como podemos adquiri-la e promovê-la?
A Palavra de Deus nos inspirou dizendo que a
paz é fruto da bênção. A chamada “bênção sacerdotal de Moisés” que ouvimos na
leitura primeira nos indicou exatamente isso: Deus nos abençoa e sua bênção nos
traz muitos frutos como a proteção, a compaixão, mas sobretudo, nos traz o dom
da paz. Então o que é a paz? É estar na bênção de Deus; se estamos distantes d’Ele
e longe de sua mão, é difícil encontrarmos a paz.
A paz não vem de contratos humanos, de fugas
da realidade, de uma vida estável economicamente. A paz vem de Deus! Só Deus
pode nos dar! Na Carta aos Gálatas, São Paulo nos disse que Deus nos enviou seu
Filho, nascido de uma Mulher, para ser nossa ponte entre a Terra e o Céu. Esta
Mulher é Maria e ela se torna instrumento da paz, instrumento pelo qual o Pai
nos visitou em seu Filho. Maria não levanta barreiras diante de Deus, diante de
seus projetos, mas abre caminho para Deus agir.
Se queremos adquirir a paz, devemos seguir
este modelo mariano: deixar Deus agir, deixar Ele falar, aproximar-se do
Senhor, receber sua bênção, deixar-se tocar por suas mãos poderosas. A mão do
Senhor tocou Maria e ela foi engrandecida; a mão do Senhor abençoou a Maria e
ela se encheu do Espírito Santo; a mão do Senhor conduziu a Maria e ela foi
levada à alegria eterna do Céu; a mão do Senhor sustentou a Maria e ela foi
protegida de todo o mal e de todo pecado. Tudo isso pode acontecer conosco, se
nos deixarmos tocar pelas mãos de Deus. E como? Sendo filhos de Deus, não escravos – como nos lembrou São Paulo. Ser filho é ser herdeiro das bênçãos de Deus; ser
escravo, é não só não ter a bênção do Senhor, mas também viver sob as amarras
do mal.
No Evangelho de Lucas, vimos o segredo de
Maria para se conseguir a paz de Deus: guardar todos os fatos da vida e
meditá-los no coração. Vivemos num mundo barulhento e cheio de correrias. Não
se dá tempo à oração nem à meditação. Quantos católicos dedicam um tempo
específico de oração todos os dias? Quantos fazem meditação sobre as coisas da
vida? A tentação do homem moderno é não pensar nas coisas, não parar para
meditar e rezar. A tentação é falar, responder, agir, reclamar, esbravejar,
chorar, gritar, perder a paciência e correr para o mais fácil e o mais cômodo.
O exemplo da Mãe de Deus e dos homens é outro: guardar e meditar; não guardar e
se magoar, mas guardar e iluminar pela oração em Deus. Quantos problemas
resolveríamos, quantas angústias seriam dissipadas se antes de nos desesperar, fôssemos
diante do sacrário, corrêssemos para o colo de Deus, nos dedicássemos a
conversar com o Senhor e a escutá-Lo na oração?
Nesta Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus
e Dia Mundial da Paz - como é costume - o Papa dedica a todo o mundo uma
mensagem especial. Neste ano, o tema de sua Mensagem é “Educar os jovens para a
justiça e a paz”. Nela, o Papa Bento XVI nos diz que a educação é uma aventura
fascinante e difícil na vida e que cabe aos pais, serem os primeiros educadores
dos filhos. Segundo o Papa, hoje a educação está voltada muitas vezes para o
bem econômico e social e se deixa de lado, a educação do caráter, para a
verdade e para a religião. Os pais, diz o Papa, não devem desanimar na dura tarefa
da educação para a vida. Depois dos pais outras instituições podem colaborar
nesta tarefa. É necessário educar as novas gerações para que sejam pacíficas e
pensem no bem comum.
Falando aos jovens de maneira particular, o
Papa disse: “Não tenhais medo de vos empenhar, de
enfrentar a fadiga e o sacrifício, de optar por caminhos que requerem fidelidade
e constância, humildade e dedicação.” De fato, se a juventude buscar os valores
verdadeiros e sólidos, não se decepcionará em seu coração e em sua vida.
Peçamos a Maria Santíssima, Mãe de Deus e
nossa, que nos abençoe no começo deste ano e nos dê muitas graças para o
decorrer destes dias. Que ela, como Mãe e esposa, abençoe todas as famílias e
ajude, com sua preciosa sabedoria, na obra de educação dos filhos para que
sejam, no presente e no futuro, promotores da justiça e da paz. Amém.
E feliz ano novo!
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